Dias depois de anunciar a substituição do chefe do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), em pronunciamento na TV, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nomeou nesta sexta-feira (3) o general Elio Estrada Paredes como o novo diretor da Polícia Nacional (PN), no lugar do general Carlos Pérez Ampueda, que estava no cargo desde março de 2017. A transmissão do comando da Polícia Nacional foi anunciada no Twitter, pelo ministro da Defesa Vladimir Padrino.
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Na madrugada de terça-feira (30), o líder opositor Leopoldo López foi libertado por membros do Sebin, possivelmente sob a promessa de lhes oferecer anistia e a garantia de indultos, segundo rumores. Em uma carta que circulou na internet, o então chefe do órgão de Inteligência, general Manuel Ricardo Cristopher Figuera, se distanciou de Maduro : “Não é segredo para ninguém o estado de deterioração em que a pátria está submersa e, seria irresponsável da minha parte culpar só o império americano”.
Refugiado na Embaixada da Espanha em Caracas, López revelou nesta quinta-feira (2) ter se reunido com generais e comandantes nas últimas três semanas em encontros que ocorreram em sua casa, onde cumpria prisão domiciliar. López afirmou que "a fissura que se abriu em 30 de abril se tornará uma rachadura, e essa rachadura é o que vai romper o dique".
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Enfraquecido com os fortes rumores de fratura nas Forças Armadas, um dos pilares que ainda o mantêm no poder, o presidente da Venezuela postou nesta sexta-feira um vídeo falando sobre a importância da lealdade militar. Um dia antes, Maduro surpreendeu os venezuelanos com uma mensagem transmitida em rede nacional no Forte Tiuna, principal quartel da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e sede do Ministério da Defesa.
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Há várias semanas, Maduro dorme no Forte Tiuna, único lugar onde se sente seguro, apesar de estar rodeado de militares. Andrei Serbin Pont, diretor da Coordenadoria Regional de Investigações Econômicas e Sociais (Cries), instituto de segurança regional sediado na Argentina, acredita que está claro que Maduro perdeu muito apoio dentro da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb).
"No dia 30 de abril, não vimos grandes mobilizações e demonstração de força. Aviões e helicópteros não sobrevoaram Caracas, como em outros momentos de crise. Desta vez, houve uma cautela por parte dos militares sobre que decisão tomar", opinou sobre Maduro .