Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se presidente da Venezuela
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Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se presidente da Venezuela

Nesta terça-feira (30) o líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, anunciou uma operação de "fim definitivo" do governo do presidente Nicolás Maduro no país. Ao lado de militares, o autodeclarado presidente interino convidou os cidadãos a saírem às ruas. 

Entenda o impasse instalado na Venezuela desde o início de 2019, quando Nicolás Maduro tomou posse para um segundo mandato contestado pela oposição interna e seus aliados internacionais.

4 de janeiro:  Reunido na capital peruana, o Grupo de Lima, formado por 14 países das Américas, insta Nicolás Maduro a não assumir o novo mandato para o qual foi eleito em maio de 2018, em eleições que não foram reconhecidas por mais de 40 países, sob o argumento de que não preencheram requisitos mínimos para uma disputa democrática. Os EUA não fazem parte do grupo, mas o secretário de Estado, Mike Pompeo, participa por teleconferência. O México não assina a declaração e se afasta do grupo.

5 de janeiro:  Juan Guaidó, um deputado até então pouco conhecido, assume a Presidência da Assembleia Nacional (AN) venezuelana, no revezamento que cabe ao seu partido, o Vontade Popular. A Assembleia foi eleita em 2015 e tem maioria oposicionista, mas teve seus poderes anulados pela Assembleia Constituinte convocada pelo governo de Nicolás Maduro em 2017. Em sua primeira sessão do ano, a AN aprova resolução em que declara o segundo mandato de Maduro “ilegítimo” e o chefe de Estado, um “usurpador”. 

10 de janeiro:  Maduro assume o segundo mandato em cerimônia no Tribunal Supremo de Justiça, de maioria governista, diante de 50 delegações internacionais, das quais apenas quatro — de Bolívia, Nicarágua, Cuba e El Salvador — eram lideradas por chefes de Estado. Ele ataca o “império americano e seus satélites”. O governo brasileiro afirma em nota que só reconhece a AN como poder legítimo na Venezuela.

15 de janeiro:  Em medida destinada a esvaziar o poder de Maduro, a AN aprova um projeto que concede anistia a militares e funcionários do governo que colaborarem com um governo de transição.

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17 de janeiro:  Representantes da oposição venezuelana no exílio são recebidos por autoridades em Brasília. Um enviado do governo Trump, o subsecretário do Tesouro Marshall Billingslea, participa das reuniões. Em vídeo, o presidente Jair Bolsonaro afirma que a solução para a crise no país vizinho "virá brevemente" e que o Brasil se empenhará para o restabelecimento da democracia. Em nota, o Itamaraty chama o governo de Maduro de terrorista, corrupto e narcotraficante.

21 de janeiro:  Um motim em um quartel da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) em Caracas é debelado pelo governo, que anuncia a detenção do que chamou de "traidores" da República e promete puni-los "com todo o peso da lei". Moradores do bairro popular de Cotiza, onde fica o quartel, saem às ruas em apoio aos amotinados.

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23 de janeiro : Em praça  pública, durante manifestação convocada pela oposição que reuniu milhares de pessoas em Caracas, Juan Guaidó se declara presidente interino do país. Imediatamente, é reconhecido por 11 países, incluindo o Brasil e os EUA. Em pouco menos de um mês, um total de 50 países passa a reconhecer o líder opositor como “chefe de Estado encarregado”. Em reação, Maduro rompe relações com os EUA. México e Uruguai se oferecem para mediar a crise.

24 de janeiro:  Em pronunciamento cercado por toda a cúpula militar, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, declara lealdade a Maduro e acusa Guaidó e a oposição de golpe.

28 de janeiro:  Os EUA, que mantêm sanções econômicas à Venezuela desde 2015, anunciam pela primeira vez punições contra a petrolífera estatal PDVSA. Empresas americanas ficam proibidas de fazer pagamentos à companhia, que exporta para os EUA 40% de sua produção. A Citgo, subsidiária da PDVSA nos EUA, fica proibida de transferir dinheiro à matriz.

30 de janeiro:  Pressionado pela União Europeia a aceitar a realização de novas eleições presidenciais, Maduro sugere que poderia organizar só eleições legislativas. No mesmo dia, Guaidó lidera novos protestos em Caracas. No dia seguinte, a UE cria um grupo de contato, integrado também por países sul-americanos, com o objetivo de ajudar a promover eleições “livres e democráticas”. O Brasil critica dias depois: “Saída de Maduro é a porta da rua”, diz chanceler Ernesto Araújo.

2 de fevereiro:  Em nova marcha em Caracas, Guaidó anuncia o dia 23 de fevereiro para a entrada de ajuda internacional no país, em uma operação coordenada com os EUA, Brasil e Colômbia. Três dias depois, em visita a Washington, chanceler brasileiro diz que avalia participar da operação, o que só seria confirmado oficialmente em 19 de fevereiro.

8 de fevereiro:  Supremo venezuelano no exílio, nomeado pela Assembleia Nacional,  divulga uma resolução em que pede a ajuda internacional para a abertura de um canal humanitário, se necessário por meio de uma “coalizão militar em missão de paz”. Dois dias depois, Guaidó começa a formar redes de voluntários para trazer a ajuda da Colômbia e do Brasil.

21 de fevereiro:  Maduro anuncia o fechamento da fronteira com o Brasil em Pacaraima, Roraima, por onde entraria ajuda brasileira. Guaidó parte em caravana de Caracas para Cúcuta, cidade colombiana na fronteira com a Venezuela que recebeu 200 toneladas de alimentos e suprimentos médicos enviadas pelos Estados Unidos.

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23 de fevereiro:  Operação de ajuda fracassa em dividir os militares da Venezuela , que cumprem ordens de Maduro de fechar as fronteiras. Caminhões de suprimentos permanecem parados em Cúcuta, na Colômbia, e em Pacaraima, Roraima. 


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