O fundador do WikiLeaks, Julian Assange
Reprodução/Flickr
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange

Um grupo de parlamentares do Partido Trabalhista do Reino Unido, oposição ao governo britânico, pediu para a primeira-ministra Theresa May bloquear a extradição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks , para os Estados Unidos.

Em publicação no Twitter, o líder da legenda, Jeremy Corbyn, defendeu a permanência de Assange no país, porque ele havia exposto evidências de atrocidades militares do governo norte-americano no Iraque e no Afeganistão. Além disso, publicou um vídeo, aparentemente divulgado pelos arquivos do Pentágono, que documenta o massacre de civis em um ataque aéreo conduzido pelos EUA no território iraquiano em 2007.

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A secretária do partido, Diane Abbott, por sua vez, afirmou que "pode haver motivos de direitos humanos" para rejeitar o pedido e limitou-se a reconhecer a necessidade de Assange responder ao crime de violação dos termos de segurança ao qual é acusado no Reino Unido.

O fundador do WikiLeaks foi preso na última quinta-feira (11) , dentro da embaixada do Equador em Londres, onde estava asilado há sete anos. Segundo a advogada Jennifer Robinson, ele foi detido pela polícia britânica com base em um pedido de extradição dos Estados Unidos e por ter faltado a uma audiência em 2012.

A prisão ocorreu depois que o governo equatoriano revogou a concessão de asilo a Assange, que é acusado de pirataria informática pelo governo norte-americano e conspiração com Chelsea Manning, em 2010.

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A equipe jurídica que auxilia o australiano confirmou que irá se opor, através de todos os meios judiciais disponíveis, ao pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos ao Reino Unido.

"Extraditá-lo representaria um precedente perigoso. Isso significaria abrir a porta para a caça a qualquer jornalista que tenha publicado informações verdadeiras sobre os EUA", afirmou Robinson, citada pela imprensa britânica. Hoje cedo, Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, afirmou que o órgão está acompanhando a situação de Assange e espera que ele enfrente um processo justo.

"Esperamos que as autoridades competentes garantam que o caso de Assange obedeça ao processo devido, de acordo com seu direito a um julgamento justo, assim como chegar o momento da extradição", disse aos jornalistas.

Caso de Estupro envolvendo Assange

As autoridades da Suécia não estão descartando a possibilidade de reabrir o processo contra Assange, que investiga um suposto estupro cometido pelo australiano, arquivado em 2017.

Segundo fontes do Ministério Público, citadas pela "BBC", a defesa da vítima pediu que o caso fosse retomado depois da prisão do fundador do WikiLeaks . Em comunicado, a procuradora Eva-Marie Persson, responsável por analisar o pedido, afirmou que "a investigação ainda não foi retomada e ainda não sabemos se será. Por isso não podemos estabelecer uma data".

Na Suécia, todos os processos podem ser retomados desde que não tenha prescrito. No processo envolvendo o Assange , a Justiça poderá analisar o caso até 2020. De acordo com a advogada da suposta vítima, Elizabeth Massi Fritz, citada pela BBC, ela fará de tudo para que o caso seja reaberto, porque "nenhuma vítima deve esperar nove anos para que a justiça seja feita".

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