Uma mulher de 48 anos foi presa acusada de abusar e torturar seus sete filhos adotivos, no Arizona, Estados Unidos. De acordo com as autoridades locais, Machelle Hackney forçava as crianças a estrelarem vídeos em seu canal no YouTube e aplicava punições caso elas se recusassem a participar, errassem a fala ou cometessem erros durante as gravações.
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Machelle ganhava dinheiro com os vídeos publicados no canal chamado “Fantastic Adventures” ( Aventuras Fantásticas, em português), que estava no ar desde o ano passado e tem quase 800 mil seguidores e mais de 250 milhões de visualizações. Os vídeos costumavam mostrar as crianças participando de jogos e brincadeiras, e não mostrar sinais de que os menores sofriam abusos dentro de casa. Segundo a rede de televisão norte-americana CBS , o YouTube desmonetizou o canal e deve retirá-lo do ar dependendo do resultado da investigação.
As crianças foram encontradas malnutridas, pálidas e com olheiras, e suspeita-se que a mulher deixava os filhos – com idades entre seis e 15 anos – trancados no banheiro durante dias, sem comida ou água, além de cometer agressões com cintos e cabides, usar spray de pimenta, forçar as crianças a tomarem banhos de gelo, entre outros castigos físicos e psicológicos, segundo a CBS .
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As crianças ainda teriam sido retiradas da escola há alguns anos para produzirem conteúdo para o canal. Em depoimentos dados aos assistentes sociais, as crianças contaram que a mãe jogava spray de pimenta no rosto e no corpo – inclusive nas partes íntimas – causando dores que duravam dias.
Além dos sete filhos adotivos, a mulher ainda tinha outros quatro biológicos, sendo que dois deles, Logan e Ryan Hackney (ambos adultos), confirmaram os abusos cometidos e foram presos por terem presenciado e não denunciado o crime. Em depoimento, um deles admitiu que levava escondido comida às crianças presas no armário. Outra filha de Machelle foi quem denunciou o caso às autoridades.
O porta-voz da polícia de Maricopa, Ricardo Alvarado, informou que a custódia dos filhos foi retirada da mulher pelo Departamento de Proteção das Crianças. A acusada negou as denúncias e informou que as punições impostas eram palmadas e castigos nos cantos da casa.
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A detida enfrentará sete acusações – uma para cada criança - e deve responder por abuso infantil, além de cárcere privado e negligência infantil, cometidas durante o tempo em que o canal no YouTube esteve no ar. A Justiça arbitrou fiança de US$ 200 mil (mais de R$ 770 mil), porém, até a última quarta-feira (20), o valor não havia sido pago.