Os Estados Unidos e o Talibã fizeram um esboço do que pode ser um acordo de paz entre o exército norte-americano e o grupo fundamentalista, a fim de cessar a mais longa guerra do país, que já dura 18 anos, desde que as tropas dos EUA invadiram o Afeganistão.
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Segundo informado pelo negociador dos EUA, Zalmay Khalilzad, ao The New York Times nesta segunda-feira (28), o Talibã se comprometeu a impedir que o território afegão seja usado por grupos e indivíduos terroristas. Se bem trabalhado, o acordo pode levar os norte-americanos a retirarem seus 14 mil soldados do Afeganistão, em troca de um cessar-fogo e de um diálogo entre o grupo e o governo afegão.
Todas essas condições teriam sido apresentadas pelo país como um “pacote” de acordos e estariam sendo analisadas pela delegação dos talibãs. Apesar de o grupo não parecer satisfeito com a insistência americana de fazer com que os talibãs conversem com o governo do Afeganistão e acerte um cessar-fogo, Khalilzad afirmou que os líderes dos Estados Unidos estão confiantes que – após nove anos tentando fechar um acordo com o movimento – dessa vez, eles cheguem a um consenso.
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Esse seria o primeiro passo concreto em direção ao fim de uma guerra que já matou dezenas de milhares de pessoas e causou profundas mudanças na política externa americana. O país invadiu o Afeganistão em 2001, com o objetivo de derrubar o grupo que havia abrigado o chefe da al-Qaeda, Osama bin Laden, apontado como o responsável pelos atentados de 11 de setembro.
Porém, nem todos estão confiantes de que o possível acordo possa dar fim a essa guerra. O presidente do Afeganistão , Ashraf Ghani, afirmou ter receio de que o tratado possa resultar em mais mortes. “Nós queremos paz rápido, queremos logo, mas nós queremos paz com prudência. A prudência é importante para que não repitamos erros passados”, disse em comunicado pela televisão.
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Segundo o The New York Times , Ghani ainda estaria preocupado que os Estados Unidos acordem questões que só podem ser tratadas pelo governo do Afeganistão e o Talibã . O líder ainda advertiu que, qualquer acordo feito entre os norte-americanos e o grupo fundamentalista, deve ser primeiro aprovado pelo governo de Cabul, capital do país. “Não esqueçamos que as vítimas desta guerra são afegãos e que o processo de paz deve ser dirigido pelos afegãos”, ressaltou.