Pelo segundo dia consecutivo, as ruas de Caracas e de outras cidades da Venezuela foram tomadas pela onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro. Nesta quarta-feira (23), os líderes da oposição convocaram nova manifestação nacional a fim de exigir um governo de transição e a convocação de novas eleições.
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O movimento sairá de diversos pontos da Venezuela e foi convocado pela Assembleia Nacional, presidida por Juan Guaidó, que publicou em sua página no Twitter um pedido para que as pessoas se “encontrem nas ruas em paz e protestem pela liberdade do país”.
Porém, o cenário de paz não foi encontrado nas manifestações da última noite. Em um vídeo que circula pelas redes sociais, uma estátua de Hugo Chávez , localizada na cidade de San Felix, aparece sendo incendiada e destruída. Já próximo ao Palácio Presidencial de Miraflores, na capital, jovens atearam fogo em barricadas, pedindo pela queda de Maduro e, pelo menos, um manifestante morreu baleado.
Enquanto isso, o governo acusou os líderes oposicionistas de tentarem provocar derramamento de sangue e prometeu que irá responder às manifestações. Segundo as Forças Armadas da Venezuela, as autoridades apreenderam granadas, metralhadoras e uniformes da Guarda Nacional de um grupo “terrorista” que planejava se infiltrar entre os seguranças durante os protestos.
Na segunda-feira (21), 27 militares da Guarda Nacional Bolivariana do bairro de Cotiza foram presos após realizarem motim contra o governo de Nicolás Maduro . Os oficiais utilizaram gás lacrimogêneo durante a rebelião e assassinaram uma mulher de 38 anos com um tiro na cabeça. A reação aconteceu menos de uma semana depois de a Assembleia Nacional Constituinte oferecer anistia a militares e civis que se manifestarem contra o governo de Maduro.
“Nos dirigimos aos militares de média e baixa patente: percam o medo”, disse Guaidó, no plenário da Câmara, ao convocar os militares a abandonar o governo. Na segunda, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, acusou o partido de Guaidó de ter incentivado a rebelião militar em Cotiza e de estar recebendo ordens diretas do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
Os Estados Unidos, assim como a União Europeia e outros países da América Latina, não reconhecem o mandato de maduro iniciado no dia 10 de janeiro deste ano, com a justificativa de ser um governo “usurpador” e que não foi escolhido por eleições legítimas.
Mas essa história não parece ter um fim próximo, já que, em meio à luta entre Maduro e oposicionistas, o país continua mergulhando, cada vez mais, em uma crise política e econômica.
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"Aqui estamos todos no mesmo barco: sem luz, sem água, sem remédio, sem gás e com um futuro incerto", escreveu Guaidó no Twitter, citando as marchas como uma das únicas soluções possíveis para a crise da Venezuela .