Nicolás Maduro tomou posse em 10 de janeiro para segundo mandato na Venezuela; novo governo vai até 2025
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Nicolás Maduro tomou posse em 10 de janeiro para segundo mandato na Venezuela; novo governo vai até 2025

Nicolás Maduro tomou posse nesta quinta-feira (10) para seu segundo mandato na presidência do país, que vai até 2025. A cerimônia foi realizada na sede do Tribunal Supremo de Justiça em Caracas, uma vez que a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, não reconhece a  vitória do político na eleição realizada no ano passado – que teve abstenção superior a 50% e foi rodeada por denúncias de fraudes e de uso do aparato estatal a favor de Maduro.

Em seu discurso, Nicolás Maduro criticou opositores e autoridades internacionais que também não reconhecem a legitimidade de seu regime. Esse é o caso do próprio Brasil, que não enviou nenhum representante oficial para a cerimônia. A única brasileira presente ao evento foi a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann .

De acordo com Maduro, há um esforço internacional para "principiar processo de desestabilização" na Venezuela , o que seria resultado da atuação da direita do país, acusada de ter contaminado "toda a região" da América Latina. O chavista incluiu nessa crítica o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), taxado como "fascista" por Maduro.

O presidente venezuelano acrescentou que "governos satélites" dos Estados Unidos colocaram sua posse no "centro de uma guerra mundial", afirmando que a Venezuela surge como uma nação que está "arriscando criar um novo mundo".

Segundo Maduro, há "manipulação" contra a memória e ideologias de seu antecessor no cargo, Hugo Chavez (1954 - 2013), e contra ele próprio. "Não há um só país onde não haja uma campanha persistente, diária, permanente, de 20 anos de manipulação contra o comandante Chavez e este humilde trabalhador", disse.

O presidente venezuelano reafirmou ainda a legitimidade de sua vitória na disputa eleitoral, que, segundo ele, ocorreu com "olhos nos olhos" de seus adversários. O chavista também prometeu, "respeitando a democracia", tomar as "rédeas da pátria", que convive há anos com aumento da pobreza, violência e desemprego, e com alta inflação e desabastecimento de insumos básicos.

"Cumpri com a Constituição, meu juramento foi retificado e, a partir de hoje, assumo a presidência para, democraticamente, tomar as rédeas de nosso país em direção a um destino melhor", declarou. "Nós, na Venezuela , defendemo-nos da manipulação, das mentiras midiáticas e das emboscadas. [...] A Venezuela é um país profundamente democrático", enfatizou.

OEA contesta legitimidade do governo Nicolás Maduro

Nicolás Maduro tomou posse em 10 de janeiro para segundo mandato na Venezuela; novo governo vai até 2025
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Nicolás Maduro tomou posse em 10 de janeiro para segundo mandato na Venezuela; novo governo vai até 2025

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, também nesta quinta-feira, uma declaração conjunta na qual diz que não reconhece a legitimidade do novo mandato do presidente reeleito da Venezuela. A iniciativa ocorreu logo após a posse de Maduro, em Caracas.

“Saudamos o compromisso dos países das Américas reconhecendo como ilegítimo o regime de Maduro. O povo da Venezuela não está sozinho, seguimos trabalhando para recuperar a democracia, os direitos e as liberdades de todos”, afirmou o secretário-geral da OEA, Luís Almagro, via sua conta pessoal no Twitter.

O Conselho Permanente da OEA se reuniu hoje extraordinariamente para discutir a situação de Maduro e da Venezuela. A declaração foi aprovada com 19 votos a favor, 6 contrários, 8 abstenções e 1 ausência. O Brasil votou favoravelmente à medida. Ao lado da Venezuela ficaram Bolívia e Nicarágua, entre outros países.

No começo do mês, o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil , aprovou manifestação semelhante, na qual recomenda Maduro transmita o poder para a Assembleia Nacional, que assumirá o compromisso de promover novas eleições.

Nicolás Maduro foi eleito ano passado e houve uma abstenção avaliada em torno de 60%. A oposição, que comanda a Assembleia Nacional da Venezuela, levantou dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral na época.

*Com informações da Agência Brasil

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