Horas após o líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamar presidente interino da Venezuela , Nicolás Maduro usou a televisão estatal para informar que não vai abandonar a presidência e para tomar uma decisão definitiva contra os Estados Unidos. Em seu discurso, Maduro falou em "tentativa de golpe" e deu 72 horas para que o corpo diplomático norte-americano deixe o país.
"Anuncio, diante do povo e das nações livres do mundo, que, como presidente constitucional, no cumprimento de minhas funções, decido romper relações diplomáticas e políticas com o governo dos Estados Unidos. "Procedo neste dia histórico de liberação e reafirmação da soberania nacional assinando nota diplomática que dá 72 horas a todo o corpo diplomático e consular dos Estados Unidos para abandonarem o país", disse Nicolás Maduro .
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Maduro também cobrou "lealdade máxima" das Forças Armadas para combater o que chamou de "golpe de Estado". "Peço às Forças Armadas da Venezuela máxima lealdade e disciplina porque vamos vencer esta luta", disse. Pelo caminho que tomaram, só há como destino o fracasso político do golpe de Estado que pretendem na Venezuela."
"Peço ao povo da Venezuela máxima consciência. Nervos de aço, sanidade, assim como máxima mobilização e combatividade popular permanente", rogou Maduro – que tomou posse neste mês para seu segundo mandato à frente do governo venezuelano após eleição marcada por denúncias de fraudes.
Ao afirmar que tem certeza sobre a legitimidade de seu mandato, Maduro exaltou a justiça e afirmou que as decisões que preservam o estado democrático precisam ser seguidas.
"Cabe aos órgãos de Justiça atuar alinhados à lei e aos códigos da Venezuela, para preservar o Estado, a ordem democrático e à lei".
Juan Guaidó confrontou Nicolás Maduro
Principal opositor ao governo de Maduro, o líder do parlamento do país, Juan Guaidó, se autoproclamu presidente da Venezuela na tarde desta terça-feira (23). O discurso se deu no meio dos protestos contra e a favor ao atual chefe de Estado. Diante do discurso, Guaidó recebeu o reconhecimento do presidente dos EUA, Donald Trump, e do chefe da OEA, Luis Almagro.
Um dos organizadores dos protestos, Juan Guaidó subiu no palanque e afirmou que é, "de fato", o presidente da Venezuela, seguindo a vontade das ruas, que não querem que Maduro continue suas ações no país.
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"Hoje, 23 de janeiro de 2019, em minha condição de presidente da Assembleia Nacional, ante Deus todo-poderoso e a Venezuela, juro assumir formalmente as competências do Executivo nacional como presidente em exercício da Venezuela.", disse Guaidó.
Nas redes sociais, o principal opositor de Nicolás Maduro pediu para que todas as embaixadas presentes na Venezuela continuem tranquilas e desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legislativo da Venezuela".