Uma menina guatemalteca de sete anos de idade morreu por desidratação e exaustão após atravessar a fronteira dos Estados Unidos com o México e ficar sob a custódia da Patrulha Fronteiriça americana. De acordo com o Washington Post , a menina e seu pai foram detidos oito horas após atravessarem a fronteira ilegalmente, ao sul de Lordsburg (Novo México), e terem sido entregues aos agentes com um grupo de 163 migrantes.
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De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, a criança se chamava Jackeline Caal. Após vários dias sem comer ou beber água tentando atravessar a fronteira
, a garota começou a ter convulsões e foi transferida de helicóptero a um hospital em El Paso, no Texas, com febre de 41 graus. No entanto, a menina não conseguiu ser salva e teve parada cardíaca.
A autópsia ainda levará algumas semanas, porém os médicos do Hospital Providence indicaram que a menina morreu de choque séptico, desidratação e febre. O que ainda não se sabe é se a garota recebeu alimentação ou atendimento médico ao longo da noite em que esteve detida, antes de sofrer as convulsões.
O pai de Jackeline continua em El Paso à espera de reunião com o consulado da Guatemala, segundo o Post . O jornal ainda destaca que a morte da criança pode intensificar o debate em torno das condições de detenção nas estações da Patrulha da Fronteira e nas instalações do serviço de vigilância de fronteiras dos Estados Unidos (CBP), que estão, cada vez mais, sobrecarregadas pelo grande número de famílias que procuram abrigo no país.
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O representante da CBP, Andrew Meehan, posicionou-se sobre o ocorrido, prestando condolências a família da vítima. “Os Agentes da Patrulha da Fronteira tomaram todas as medidas possíveis para salvar a vida da criança sob as mais difíceis circunstâncias. Como pais e mães, irmãos e irmãs, temos empatia com a perda de qualquer criança."
Desde o início de seu governo, o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, sustentou postura intolerante em relação à imigração ilegal. O líder ameridano defende a construção de um muro na fronteira com o México , financiada pelo próprio governo mexicano, que não aceita a proposta.
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Milhares de soldados já foram mobilizados e 2.000 famílias, separadas pela política de ‘tolerância zero’ em relação a passagem ilegal pela fronteira entre o México e os Estados Unidos.