Os protestos contra o aumento de impostos cobrados sobre o preço dos combustíveis na França atingiram um novo patamar neste sábado (24). Isso porque, durante confronto com a polícia em Paris, os manifestantes conhecidos como "coletes amarelos" chegaram a arrancar pedaços do asfalto da Champs-Élysées, avenida mais famosa da cidade e um dos cartões-postais do país, para arremeçar nos policiais.
Leia também: Fogo em ponte que liga Manhattan ao Brooklyn deixa ao menos um morto em NY
As manifestações que reuniam milhares de pessoas nas ruas de Paris já estavam marcadas antecipadamente, mas a polícia francesa tinha proibido a concentração de pessoas nos arredores do Palácio do Eliseu, residência do presidente Emmanuel Macron, e indicado o Campo de Marte, situado em frente à Torre Eiffel, em Paris, como local permitido para o protesto. Os representantes do movimento, no entanto, não aceitaram esse ponto de concentração e pediram para que os manifestantes avançassem pela famosa avenida Champs-Élysées quanto, então, entraram em confronto com a polícia.
As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e usaram jatos d'água para tentar conter os manifestantes conhecidos como " coletes amarelos
" que tentavam ultrapassar o perímetro de segurança determinado pelas autoridades policiais. Eles gritavam palavras de ordem, carregavam cartazes pedindo a renúncia do presidente Macron e começaram a arremeçar peças do mobiliário urbano e paralelepípedos arrancados do asfalto da avenida.
O vídeo abaixo do jornal parisiense Le Parisien mostra os manifestantes tentando construir uma barricada na Champs-Elysée com grades, tapumes e pedaços de concreto:
Leia também: Tiroteio em hospital de Chicago deixa quatro pessoas mortas
Já este segundo vídeo gravado pelos cinegrafistas do jornal mostra o momento em que os "coletes amarelos" tentam arrancar pedaços do asfalto utilizando-se de martelos e barras de metal:
Assim como no caso dos protestos de 2013, ocorridos no Brasil, em que os manifestantes foram para as ruas por uma causa (aumento das tarifas de ônibus) e acabaram reividincando muitos outras pautas, na França, as manifestações começaram por conta do aumento no preço dos combustíveis e acabaram se diversificando nos últimos dias.
Além disso, se no Brasil descobriu-se que integrantes dos Black Blocks infiltravam-se nas manifestações para causar confrontos com a polícia, na França, as autoridades desconfiam da infiltração de facções de extrema-direita nos protestos para radicalizar o movimento.
Leia também: Áudio revela pedido de príncipe para embaixador "silenciar" jornalista saudita
Segundo dados preliminares do Ministério do Interior, além dos cerca de 3 mil "coletes amarelos" que se concentraram na capital francesa, a maior parte deles na Champs-Élysées e nos limites da Praça da Concórdia que dá acesso à residência presidencial, no restante do país, protestos mantêm os bloqueios de centro logísticos e estradas iniciados há mais de uma semana, mas com menos intensidade do que no sábado passado, quando foram estimados quase 300 mil manifestantes.
*Com informações da Agência EFE