Centenas de pessoas estão desaparecidas depois de uma barragem no Laos se romper na noite desta segunda-feira (23), liberando cinco bilhões de metros cúbicos de água. A usina hidrelétrica Xepian-Xe Nam Noy estava em construção. As informações são do The Guardian.
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Segundo autoridades do país, a represa se rompeu por volta das 20h locais (10h em Brasília) de ontem e, logo na sequência, a enorme quantidade de água inundou vilarejos da região: Yai Thae, Hinlad, Mai, Thasengchan, Tha Hin e Samong. Pelo menos seis mil pessoas estão desabrigadas por causa do incidente na barragem no Laos
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Agentes de resgate usam barcos para tentar evacuar as vítimas que estão isoladas pela água, mas o socorro é difícil por conta da forte chuva que atinge o país. Imagens aéreas mostram pessoas em cima de telhados de casas, cercadas pela água lamacenta. Só é possível ver o topo de igrejas, casas e árvores.
Colapso na barragem no Laos foi por causa de tempestade, aponta empresa
A companhia da usina que teve a barragem rompida afirma que as tempestades e as enchentes causaram o colapso na hidrelétrica, e ainda se defende, dizendo que está “ajudando o governo a socorrer moradores das vilas”.
"Estamos gerenciando uma equipe de emergência e planejando a evacuação e o resgate de moradores de vilarejos próximos à represa", afirmou um porta-voz da SK Engineering & Construction à Reuters , por telefone.
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O primeiro-ministro do Laos
, Thongloun Sisoulith, clama que organizações governamentais e militares ajudem nos trabalhos na província de Attapeu, onde fica a hidrelétrica em construção. O projeto é estimado em US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4 bilhões), e estava sendo construindo pela Companhia de Energia Xe Pien-Xe Namnoy em conjunto com companhias do Laos e da Coreia do Sul. A construção teve início em 2013 e era esperado que fosse finalizada no final deste ano, com planos de começar a funcionar em 2019.
Ativistas ambientais lutaram contra construção de barragens em rio
Ativistas ambientais já tinham levantado preocupações acerca dos planos do governo de construir barragens em todo o rio Mekong, transformando o país em um “centro de hidroeletricidade”. Onze grandes usinas hidrelétricas e 120 tributanários estão sendo planejados para os próximos 20 anos.
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O grupo International Rivers disse que o acidente expõe quais são os “grandes riscos” associados a alguns projetos “incapazes de lidar com condições climáticas extremas”. “Eventos climáticos imprevisíveis estão se tornando mais frequentes no Laos e na região devido às mudanças climáticas”, apontou a International Rivers à Reuters
por e-mail.
“O desastre ainda mostra a inadequação dos sistemas de alerta da construção e da operação da barragem no Laos . A advertência parece ter acontecido tarde demais e foi ineficaz em garantir que as pessoas tivessem aviso prévio e garantissem sua segurança e a de suas famílias”, criticou o grupo.