Amazônia tem recorde de desmate em abril, com mais 1.000 km2 derrubados
Bruno Kelly/ Amazônia Real
Amazônia tem recorde de desmate em abril, com mais 1.000 km2 derrubados

Segundo um relatório do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as áreas com alertas de desmatamento na Amazônia alcançaram um recorde absoluto no histórico recente do Deter para o mês de abril. Estima-se que foram derrubados 1.012,5 km² de floresta.

Pela primeira vez na história, o desmatamento que ultrapassa a casa de mil quilômetros quadros nos quatro primeiros meses do ano. Pode ainda haver um aumento nos índices, já que o Inpe divulgou a taxa registrada até o dia 29 do mês passado.

O valor, mais um recorde de destruição da floresta sob o governo Jair Bolsonaro (PL), representa um salto expressivo de 74% em relação aos alertas de desmate registrados em abril do ano passado, cerca de 580,5 km², um número que também era o recorde para o mês.

Os mais de 1.000 km² destruídos chamam a atenção por ocorrerem no período de chuvas da Amazônia. Normalmente, as derrubadas são menores em épocas mais úmidas, exatamente pelas dificuldades impostas pelo tempo para a prática de desmate.

Normalmente, essa proporção de desmate ocorre à partir de junho, período em que já teve início a estação seca.

No ano passado, em maio, o desmate ultrapassou os 1.000 km², algo também historicamente incomum para o mês.

Os dados são provenientes do programa Deter, programa do Inpe que dispara alertas de desmatamento praticamente em tempo e que, dessa forma, tem a função de auxiliar ações de fiscalização ambiental.

O histórico da medição começará a partir do segundo semestre de 2015 (o monitoramento começou antes, mas mudanças tecnológicas impedem comparações diretas com os dados mais antigos da plataforma). Mesmo não sendo sua função primária a mensuração de desmate, a partir do Deter é possível ver tendências de derruba com o passar dos meses.

A preocupação com o desmatamento só vem crescendo entre os ambientalistas. Até o momento, três dos quatro meses de 2022 tiveram recordes de alertas de desmatamento. Somente março ficou um pouco abaixo do valor máximo de derrubada anterior (que foi março de 2021).

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