Anvisa adia decisão sobre proibição de agrotóxico já banido na Europa
Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil
Anvisa adia decisão sobre proibição de agrotóxico já banido na Europa

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou, na última semana, a determinação sobre o banimento ou não do uso do carbendazim nas plantações brasileiras. Há suspeitas que o agrotóxico seja capaz de causar câncer e malformações em fetos, porém, ele continua sendo usado no Brasil por tempo indeterminado.

A Anvisa publicou um estudo já recomendando a proibição da venda e aplicação do defensivo, pelo seu alto nível de toxidade mesmo usado em pequenas quantidades. O julgamento do uso desse agroquímico teve início ainda no mês de fevereiro, mas, no último 27 de abril, a diretoria decidiu adiar o prazo de discussão sobre o efeito tóxico do produto.

A Anvisa ainda quer consultar o Ministério da Agricultura e o Instituto Nacional de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) sobre o tema.

Segundo Alex Campos, um dos diretores da Anvisa, em entrevista ao UOL, a intenção da agência é de o processo terminar em 30 dias, quando encerra a tomada pública de subsídios, onde há a consulta de especialistas e órgãos. O objetivo é haver uma deliberação o quanto antes.

A assessoria da Anvisa afirmou que ainda não houve decisão tomada e que seguem as “boas práticas de atuação”. Salienta ainda que é necessário complementar os trabalhos técnicos da agência que estão em um documento chamado Análise de Impacto Regulatório (AIR).

Carbendazim é um fungicida muito usado em lavouras de soja, feijão e arroz, por exemplo, e está presente em mais de 20 marcas de defensivos no mercado. Os fabricantes do agrotóxico se organizaram nesse período do processo para mobilizar medidas que adiariam a análise por parte da vigilância sanitária. A Anvisa atendeu a duas reivindicação desses industriais.

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