Apesar do desmatamento da Amazônia ter atingido um pico de 12 anos em 2020 , o número de multas aplicadas pelo Ibama, principal agência ambiental do Brasil, caiu 20%, segundo dados de um levantamento de uma iniciativa brasileira sem fins lucrativos, divulgados nesta terça-feira (11).
Foram 9.516 multas aplicadas pelo Ibama em 2020. Em 2019, o total foi de 11.914, de acordo com uma análise de bancos de dados públicos do Fakebook.eco, grupo administrado pelo Observatório do Clima.
Desde que assumiu o cargo em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem cortado o financiamento do Ibama e instalando gerentes que promoveram táticas mais brandas contra a extração ilegal de madeira, agricultura e mineração.
Segundo Bolsonaro, a agricultura comercial e a mineração na floresta amazônica são necessárias para tirar a região da pobreza, e acusou o Ibama de criar uma "indústria de multas".
A iniciativa Fakebook afirma que Bolsonaro paralisou o Ibama e criou impunidade para o desmatamento e mineração ilegal.
Segundo o instituto de pesquisas espaciais do governo (Inpe), em 2020, a área de floresta desmatada foi sete vezes o tamanho de Londres.