O candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes , criticou nessa sexta-feira o uso da religiosidade para fazer ataques de campanha e “manipular” eleitores. Em agenda com apoiadores na Tijuca, Zona Norte do Rio, o pedetista disse que políticos tentam “roubar” a fé do povo e citou a esposa do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro. Recentemente, ela disse que o Planalto já foi "consagrado a demônios”.
“Se nós permitirmos que uma primeira dama do país diga que o adepto da outra força política é adepto do demônio, nós estamos introduzindo no Brasil a violência que já matou muitas milhões de pessoas na humanidade. Nós vamos trazer o talibã pra cá?”, disse Ciro.
Recentemente, ele também criticou Bolsonaro e Lula (PT), dizendo que eles se tornavam iguais ao “usarem Deus em vão”. Ao lado do candidato de seu partido ao Senado no Rio, Cabo Daciolo — cujo lema de campanha é “Glória a Deus” —, ele criticou os adversários por misturarem a religiosidade do povo com interesses eleitorais.
“Nosso povo é roubado em tudo. Até agora na paz interior pra rezar, orar, os políticos brasileiros estão querendo invadir, de lado a lado”, afirmou.
O evento na Tijuca que lançou o comitê de campanha do pedetista no Rio reuniu cerca de 100 pessoas, entre apoiadores, cabos eleitorais e candidatos do partido, como o postulante ao governo do Rio Rodrigo Neves (PDT). Por conta da chuva, uma caminhada que Ciro iria realizar pelo bairro foi cancelada.
Nas últimas semanas, Michelle aumentou sua presença em eventos ao lado de Bolsonaro, após estrategistas da campanha identificarem que ela tem potencial de reduzir a rejeição do presidente entre as mulheres e consolidar o apoio de evangélicos. Além disso, a primeira-dama tem usado suas redes sociais para impulsionar outros candidatos pelo país.
Como o GLOBO mostrou nesta sexta-feira, o anúncio dos candidatos que ela apoia é feito por conta própria, sem envolvimento do grupo que toca o projeto de reeleição do chefe do Palácio do Planalto. Até agora, a primeira-dama divulgou seis candidaturas. A que teve mais destaque é da ex-ministra Damares Alves (Republicanos), a quem conhece desde a época em que as duas eram assessoras na Câmara dos Deputados.
No mês passado, Bolsonaro chegou a pedir a Damares que desistisse da candidatura em favor da também ex-ministra Flávia Arruda, que disputará o Senado na chapa do atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Michelle, contudo, atuou para quebrar a resistência de Bolsonaro em aceitar ter as duas ex-ministras concorrendo à mesma vaga.
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