Urnas eletrônicas
Cristiano Mariz/ O GLOBO
Urnas eletrônicas

O número de candidatos negros a cargos eletivos neste ano ultrapassou o patamar de 2018, de 13.569. No balanço parcial de candidaturas do  Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a tarde desta terça-feira, 14.022 dos elegíveis se autodeclaram pretos ou pardos, de acordo com os parâmetros de cor e raça definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na parcial do TSE, no entanto, as candidaturas negras ainda não representam a maioria dos nomes nas urnas em outubro. Pretos e pardos são, até o momento, 49,5% dos elegíveis, aquém da representação real da população brasileira — em 2021, eram 56% dos brasileiros, de acordo com dados consolidados da Pesquisa Nacional por Amostra a Domicílio do IBGE (Pnad).

Neste ano, foi registrado um aumento no número de candidatos autodeclarados pretos, que saltou de 3.163 para 3.939, até a tarde desta terça-feira. Por outro lado, o número de postulantes que se identificam como pardos caiu, por enquanto, de 10.406 para 10.085.

Mais da metade dos partidos tem 50%

Apesar do número absoluto ainda representar menos da metade das candidaturas, para 18 dos 32 partidos, negros serão mais da metade das candidaturas em outubro. Isso atesta um aumento significativo ante 2018, quando essa proporção foi respeitada em apenas 13 das 36 legendas.

Legendas de esquerda são maioria entre os partidos com maior representatividade. O PSOL lidera o ranking deste ano, com 60,7% das candidaturas de autodeclarados pretos e pardos, seguido por União Popular (60%), PMB (59,7%), PCdoB (58,7%) e PMN (58,7%). Por outro lado, em 2018, o PCdoB estava à frente, com 56,4%, seguido por PTC (55,2%), PSOL (54,8%), PSC (54,5%) e Rede Sustentabilidade (54,2%).

O PL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta a reeleição, não registrou nenhuma candidatura autodeclarada preta ou parda. Hoje, a legenda ocupa a 29ª colocação, entre 32, com 42,5% que se identificam como negros.

O PT, legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve queda tímida de representação nos últimos quatro anos: em 2018, ocupava a 14ª posição com 49,9% de negros; no entanto, agora caiu para a 20ª, com 49,5%.

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