Nesta terça-feira (6), a reitoria da U niversidade de Brasília ( UnB ) anunciou que os cortes de verbas realizados pelo governo Bolsonaro deixaram a instituição em situação de penúria , sem dinheiro para pagar as contas de dezembro.
Em nota, a reitoria informou que foi realizado um novo corte de gastos pelo governo federal, de mais de R$ 17 milhões. Com isso, alguns serviços da universidade ficarão paralisados, como o de restaurante universitário, de segurança, de manutenção e limpeza. Pesquisadores e estudantes bolsistas também foram impactados.
Segundo o levantamento das áreas de planejamento e orçamento da universidade, a UnB "está impossibilitada de efetuar pagamentos das despesas já liquidadas e de realizar novos empenhos".
De acordo com a instituição, "a situação financeira da UnB e das demais universidades federais já era dramática desde o início de 2022, piorou com o corte de 7,2% feito pelo governo federal em junho (R$ 18 milhões só na UnB) e, agora, torna-se insustentável".
O comunicado da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva afirma que a UnB "repudia veementemente essa situação e a herança calamitosa na Educação, Ciência e Tecnologia que o governo federal parece ter decidido deixar para o seu sucessor, em janeiro de 2023. A medida desconsidera, mais uma vez, que os principais atingidos pelos ataques às instituições públicas são as parcelas mais vulneráveis da sociedade brasileira. No caso das universidades, os mais afetados são os estudantes vulneráveis socioeconomicamente e os trabalhadores assalariados de empresas terceirizadas".
Outras universidades também divulgaram notas sobre o impacto do corte de verbas. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) também ficou sem dinheiro em caixa para arcar com as despesas do último mês do ano, incluindo contratos de terceirização, as bolsas e o auxílio estudantil e até mesmo a energia elétrica.
Segundo a instituição, a situação chegou ao limite na última quinta-feira (1), quando houve o "bloqueio de fato do orçamento da instituição, no montante de aproximadamente R$ 5,5 milhões. "O sentimento é de frustração e tristeza", diz o comunicado.
Outra universidade que declarou situação de penúria foi a UFRJ, no Rio de Janeiro. Nesse sábado (3), a reitoria divulgou nota afirmando as consequências do bloqueio de cerca de R$ 15 milhões por parte do governo federal:
"A situação de limite zero que nos foi imposta, associação à falta de provisões de liberações até o final do ano, nos impede de continuar, pois nosso orçamento definido em lei tornou-se inacessível e isso coloca em risco a continuidade do funcionamento se os cortes não forem revertidos em poucos dias."
Outras instituições assinaram o documento, como a UFF, o Instituto Federal Fluminense, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Colégio Pedro II, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade Federal do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, UFRRJ, Uerj e Unirio.
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