O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha pelo fim do Orçamento Secreto. Dias antes da votação, prevista para amanhã (07), o petista se encontrou com diferentes ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para declarar sua posição sobre o tema. No que depender dele, as chamadas emendas do relator não sobrevivem em 2023.
Segundo aliados, Lula esteve com pelo menos cinco ministros da corte em diferentes situações nos últimos dias. Um membro do estafe do político confirmou encontros com Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Rosa Weber. Os encontros foram discretos e não houve fotografias para registrar as conversas.
Fontes ouvidas pela coluna afirmaram que Lula não fez pressão. "Ele reiterou o que disse na campanha, de que é contra o orçamento secreto, mas que politicamente pode fazer pouco porque um enfrentamento com o Parlamento pode levar ao congelamento do governo".
Enquanto políticos fizeram até um bingo para apostar como a Suprema Corte deve votar , dentro do PT a expectativa é pelo fim das emendas. Gleisi Hoffmann tem dito a aliados que a votação deve ser apertada, mas calcula 6 a 5 contra a continuidade do orçamento secreto.
O primeiro passo, segundo um parlamentar petista, é colocar um ponto final nas emendas impositivas sob controle de Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). "Depois, o próprio Lula vai negociar um novo mecanismo que seja de agrado dos parlamentares e que não prejudique o governo", diz ele, sem revelar qual seria o novo modelo.
Lira e Pacheco não fazem pressão
Na outra ponta, Lira e Pacheco estão em silêncio quase religioso. Nenhum dos dois faz pressão ao STF e aguardam a votação com tranquilidade.
Quando questionados por senadores e deputados que querem a manutenção das emendas, eles deixam claro que, no caso do STF julgar inconstitucional, o Congresso irá achar um mecanismo legal para garantir emendas do relator. É esperar para ver.