Em São Paulo, 3,5 milhões de estudantes voltam às salas de aula
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Em São Paulo, 3,5 milhões de estudantes voltam às salas de aula

Após dois anos de ensino remoto e híbrido e em meio a uma alta de casos de Covid-19 no país, as aulas na rede estadual de ensino de São Paulo tiveram início nesta quarta-feira em modelo presencial e sem distanciamento, como já vinha ocorrendo no ano passado. São esperados para esse retorno cerca de 3,5 milhões de estudantes espalhados nas mais de 5,4 mil escolas.

A carteira de vacinação, por enquanto, não será obrigatória. De acordo com uma resolução da Secretaria de Educação de São Paulo, publicada no último sábado, os estudantes devem apresentar o comprovante durante o segundo bimestre do ano letivo, entre 25 de abril e 3 de julho.

O tempo, segundo a secretaria, foi calculado pelo período máximo que um aluno de 5 anos pode levar para ser imunizado com as duas doses da Pfizer. Caso a situação não seja regularizada no prazo de 60 dias, o responsável fica sob a pena de comunicação imediata ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público e às autoridades sanitárias.

O governo de São Paulo é exceção: como mostrou levantamento do GLOBO, a maior parte das redes não vai exigir o comprovantes para os alunos que voltaram às aulas. O entendimento de gestores estaduais é de que, por ainda não fazer parte do Calendário Nacional de Imunização Infantil, a aplicação não pode ser item obrigatório na hora da matrícula.

Pais preocupados

Apesar de visto como necessário, o retorno às escolas em um momento de alta de casos de Covid-19 preocupa os pais, especialmente os que têm filhos com comorbidades. É o caso de Déia Souza Santana, de 44 anos, mãe de Ana Luiza Souza, aluna do sétimo ano da rede estadual.

"É preocupante esse início de aulas nesse contexto da pandemia. A Ana Luiza é asmática grave, está no grupo de risco e, apesar de vacinada, ainda sim existe um risco para ela", relatou Déia.

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A mãe defende que o comprovante de vacinação seja exigido a todos os estudantes. Mas, por enquanto, o que se tem na escola de Ana Luiza é apenas a aferição da temperatura na porta de entrada.

Assim como Déia, Tatiana Freitas, de 36 anos, também não apresentou o comprovante de vacinação do filho, que já está vacinado com as duas doses. Segundo ela, o documento não foi exigido pela escola em nenhum momento. Na manhã desta quarta-feira, ao deixar o menino na Escola Estadual Caetano Campos, localizada na zona central de São Paulo, ela conta que se sentiu receosa por não saber como irá funcionar o novo ano letivo.

"Não pediram a carteirinha (vacinação), não falaram como vai funcionar em termos de distanciamento e protocolos. Só mediram a temperatura. Vamos ver como vai ser, ainda mais voltando agora em meio à Covid e à influenza", afirmou ela, que preferia o adiantamento do retorno às aulas em pelo menos uma semana.

"Deveriam exigir o comprovante, assim a gente estaria mais seguro de saber quem está ou não vacinado".

Segundo a secretaria, assim como em 2021, as aulas presenciais seguirão “todos os protocolos de segurança”. Isso inclui uso de álcool em gel, máscaras, aferição de temperatura, higienização dos ambientes e mãos, além de identificação e afastamento dos casos identificados.

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