O presidente Jair Bolsonaro (PT) avalia apresentar uma proposta para renegociação de dívidas do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). A medida seria elaborada em resposta aos avanços do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) nas propostas educacionais.
O propósito da Medida Provisória (MP) seria a redução de parte do saldo devedor dos empréstimos concedidos a estudantes para custear o ensino nas univeridades privadas.
Na última quinta-feira (09), Bolsonaro imitou a voz do ex-presidente Lula para comentar sobre a proposta petista. "Tem gente que fica prometendo: 'Se eu for presidente, vou anistiar todo mundo'. Por que não fez lá atrás, pô? Está aí de sacanagem".
O mandatário, porém, se confundiu com o nom dos programas e disse que a ideia era tratar de dívidas do Prouni - que concede bolsas de estudo e não financiamento. "Estamos estudando, não quero anunciar, né? Pessoal inadimplente aí, do Prouni, brevemente".
A fala de Bolsonaro ocorre uma semana após a participação de Lula no podcast Podpah. No programa, o petista afirmou que era preciso "anistiar os meninos" do Fies. "Tem um milhão de meninos e meninas devendo para o Fies, porque não podem pagar. Anistia essas crianças. Qual o prejuízo para o país? Tem tantos empresários que dão calote, o que custa anistiar os meninos?", afirmou o ex-presidente.
Segundo apuração a Folha de S.Paulo, os descontos não alcançarão os 100% das dívidas, mas obrigará um pagamento mínimo para que a dívida seja renegociada.
De acordo com o Tesouro Nacional, o Fies já concedeu empréstimos para 3,4 milhões de estudantes. Destes, 2,7 milhões ianda encontram-se com contratos ativos - ou seja, ainda têm saldo a ser pago.
O Balanço Geral da União registrou, até o dezembro de 2020, uma perda de R$ 27,9 milhões. Até 30 de setembro de 2021, os devedores possuem uma dívida de R$ 123 bilhões com o Fies.