Alunos, professores, sindicatos, partidos e grupos da sociedade civil realizam nesta quinta-feira (30) a segunda onda nacional de protestos
contra o contingenciamento de verbas do Ministério da Educação
, promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).
Os atos, batizados de Greve Nacional da Educação e de 30M (em referência à data), estão marcados para ocorrer em ao menos 150 cidades, em 14 estados, segundo informações da União Nacional dos Estudantes (UNE), grupo que encabeça a organização dos protestos . Também há manifestações previstas para ocorrer no exterior, em países como Estados Unidos, Portugal e Irlanda.
Em São Paulo, principal vitrine do País para manifestações populares, o ato está marcado para ter início às 16h, no Largo da Batata, zona oeste da cidade. De lá, os manifestantes subirão em marcha pela Avenida Rebouças até o Masp, na Avenida Paulista.
A principal bandeira dos estudantes que saem às ruas ao longo desta quinta é o protesto contra o bloqueio de 30% nas verbas de custeio para universidades
e institutos federais de ensino superior, anunciado há um mês pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. À época, o chefe do MEC
alegou que a medida atingiria apenas três instituições (UnB, UFBA, UFF), sob a alegada promoção de "balbúrdias" nos campi. Mas após críticas e acusação de uso de critérios ideológicos para definir políticas públicas, o governo decidiu estender o bloqueio para todas as instituições.
Chamado pelo governo de " contingenciamento ", o bloqueio chega a R$ 1,7 bilhão e afeta serviços essenciais para o funcionamento das universidades, tais como o custeio de despesas com água, luz e segurança .
Na semana passada, o governo anunciou que utilizaria R$ 1,58 bilhão da reserva a título de "recomposição" para o orçamento do MEC, que teve contingenciamento total de R$ 5,8 bilhões em março. Essa quantia de R$ 1,58 bilhão, no entanto, além de não cobrir o corte de verbas às universidades
, também não será repassada necessariamente para esse setor (até porque a diretriz do governo Bolsonaro
e da gestão Weintraub
na pasta é de priorizar a educação básica).
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Os atos do 30M representam a segunda onda de manifestações contrárias ao governo Bolsonaro. A primeira delas se deu há exatos 15 dias, em 15 de março, quando foram registrados protestos em cerca de 200 cidades, em todos os 26 estados e no Distrito Federal.
Entre um evento e outro, apoiadores do governo também foram às ruas. Manifestantes realizaram atos em todo o País nesse domingo (26) para defender a gestão Bolsonaro e atacar o chamado centrão e integrantes do Poder Judiciário.