A condenação do ex-ministro da Defesa, Braga Netto, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (31), deixando-o inelegível pelos próximos oito anos, pegou de surpresa a direção nacional do Partido Liberal (PL).
O partido tinha a expectativa de que Braga Netto fosse condenado apenas a pagar uma multa, enquanto apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentasse uma condenação por inelegibilidade. No entanto, o veredito do TSE impõe um obstáculo à carreira política do ex-ministro até 2030.
Braga Netto, que era visto como o nome predileto do PL para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro. Ele estava em ritmo de pré-campanha e tinha o apoio da cúpula bolsonarista para alavancar a candidatura.
O ex-ministro se cacifou após ser o interventor na segurança pública do Rio de Janeiro durante o governo de Michel Temer (MDB).
Porém, ele viu sua reputação abalada ao ser acusado de ter pessoalmente solicitado a dispensa de licitação para a compra de coletes à prova de balas destinados ao Rio de Janeiro, sem seguir os preços de mercado.
Essa polêmica decisão gerou um impacto significativo em sua imagem pública e na sua trajetória política.
Na terça-feira, o TSE condenou o ex-ministro por abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação, pelos pronunciamentos políticos de Bolsonaro nos desfiles de sete de setembro.
Com a inelegibilidade de Braga Netto, o PL iniciou a busca por alternativas para a candidatura à prefeitura carioca.
Neste momento, a segunda opção em consideração é Alexandre Ramagem, que poderia vir a se tornar o novo candidato do partido.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, anunciou que pretende recorrer da decisão junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entretanto, internamente, membros do partido consideram que a reversão da decisão do TSE é um desafio difícil.
A notícia da condenação de Braga Netto também gerou um sentimento de derrota entre as lideranças bolsonaristas, que viam nele um importante aliado político.
Há agora uma crescente preocupação de que novas condenações possam ocorrer nos próximos meses.