A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) adiou pela segunda vez a votação do reajuste salarial dos policiais civis e militares. A apreciação do texto deverá acontecer na próxima terça-feira (23).
A votação seria realizada na terça-feira (16), mas deputados da oposição fizeram uma manobra e obrigaram o adiamento da apreciação do projeto. Nesta quarta, porém, PT e PSOL articularam para inscrever 20 parlamentares nos debates e forçou novamente o atraso na apreciação.
Na próxima semana, o PT deve enviar um requerimento para decidir o método de votação. A legenda quer votar uma emenda que prevê reajuste para algumas patentes antes do mérito. A estratégia visa pressionar a base a incluir a proposta no texto.
O projeto prevê o reajuste entre 13,7% e 34,2% para a categoria, entretanto, exclui policiais penais e agentes da Fundação Casa. A medida causou revolta entre os funcionários públicos, que protestaram contra os parlamentares.
A proposta prevê maior reajuste para policiais militares. Soldados de 2ª classe terão aumento de 34%, enquanto os aspirantes receberão reajuste de 13%.
Entre os policiais civis, a maior alta será para escrivães e investigadores de terceira classe, com 24% de aumento. Delegados especiais, por exemplo, vão receber bem menos: cerca de 14%.
Impasses
A votação estava marcada para a terça-feira (16), mas foi adiada após a oposição incluir emendas de plenário, o que obrigou os deputados a se reunirem nesta quarta em um novo Congresso de Comissões. No encontro, porém, os deputados da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos) se mantiveram irredutíveis e voltaram a negar as emendas propostas.
A oposição queria a inclusão de polícias penais e agentes da Fundação Casa, que ficaram de fora do projeto. Os parlamentares ainda pediram uma alíquota fixa de 20% para todas as categorias.
Deputados ainda tentam emplacar uma emenda que reajusta em 20,5% os salários de algumas patentes da Polícia Militar. Essa emenda é do deputado Major Mecca (PL), membro da base governista, e que foi recusada. Os parlamentares ainda negociam a inclusão dessa emenda para evitar uma crise com Mecca.
Insatisfeitos com a decisão do relator, deputado Carlos Cezar (PL), parlamentares da oposição aproveitaram todo o tempo de discussão para provocar o adiamento das discussões.
Derrota para Tarcísio
Deputados veem o atraso na votação da proposta como uma derrota para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Freitas cobrou dos deputados a aprovação da matéria ainda nesta semana e chegou a prometer um novo para abarcar algumas emendas propostas pelos parlamentares.
Fontes ouvidas pelo iG disseram que a derrota ainda é pequena, mas mostra o desgaste de Tarcísio junto à Alesp. O governo, agora, deve retomar as conversas com os parlamentares para evitar outro adiamento de votação do projeto.
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