O presidente Luiz Inácio da Lula da Silva (PT) se encontrou nesta terça-feira (2) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e avisou que não vai assumir a responsabilidade de uma possível derrota da PL das Fake News . O petista disse que o projeto de lei nasceu no Congresso Nacional na gestão Bolsonaro e por isso seu governo não sairá derrotado.
O petista deixou claro que ele e sua base apoiam a PL, mas que o esforço para ser aprovado tem que ser dos deputados e até mesmo dos senadores. O governante informou que é função de Lira definir o futuro do projeto, seja com aprovação, reprovação ou adiamento.
Lira não ficou satisfeito com a fala de Lula e resolveu também evidenciar sua insatisfação com o governo. Ele criticou a articulação do Planalto no Congresso, principalmente na Câmara. Sem citar nomes, o chefe da Casa detonou os responsáveis pelas negociações com os deputados.
O presidente da Casa responsabilizou os articuladores por não darem a Lula uma base sólida. Lira avisou que seguirá trabalhando para ajudar o governo, mas que precisará de esforço do Planalto para que os projetos do governo sejam aprovados.
O chefe da Câmara ainda cobrou o cumprimento de promessas feitas pelo presidente da República para deputados. Ele relatou que parlamentares estão reclamando da demora para liberar emendas e também a nomeação de aliados em cargos de segundo e terceiro escalão.
Lula escutou Lira e reforçou questão da PL
Lula concordou com as críticas de Lira e chamou para uma reunião os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), além dos líderes do governo na Câmara, José Guimarães, e no Senado, Jaques Wagner para tratar do tema.
Porém, o petista avisou Lira que não vai chamar para si a responsabilidade do PL das Fake News. Só que o presidente da Câmara retrucou e falou que, midiaticamente, o projeto já está ligado ao governo Lula.
Lira apontou que ministros e deputados da base governistas estão muito empenhados para que a lei seja aprovada. Ele ainda lembrou que o relator é Orlando Silva (PCdoB-SP), que fez parte de governos petistas e é um dos principais aliados do Planalto.
A tendência é que a votação do PL das Fake News seja adiada para que os líderes voltem a debater e encontrem um meio termo.
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