O ex-presidente Jair Bolsonaro
Marcos Corrêa/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro


Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) considerados mais “moderados” estão preocupados com a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). O grupo avalia que os bolsonaristas radicais perderam a mão ao cobrarem para que a comissão seja aberta.

Inicialmente, o Centrão que segue fiel ao ex-presidente considerou a estratégia de cobrar a CPMI válida, porque não acreditava que a situação mudaria de ideia, não permitindo que o processo fosse aberto. No entanto, com a narrativa bolsonarista ganhando espaço nas redes sociais, a situação mudou de opinião.

Na semana passada, com o vídeo vazado pela CNN Brasil, no qual o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias, é flagrado circulando no dia 8 de janeiro ao lado de invasores no Palácio do Planalto, o governo Lula resolveu apoiar a abertura da CPMI.

Agora os bolsonaristas mais moderados têm certeza que a maioria na comissão será da base governista, ou seja, a narrativa que irá ser colocada é do Planalto, o que prejudicará o ex-presidente Bolsonaro.

O grupo tem convicção que ex-ministros terão suas reputações massacradas, tendo o apoio de boa parte da imprensa. O entendimento é que bolsonaristas invadiram o Palácio do Planalto, ou seja, não será difícil para os governistas levar a narrativa ao seu favor.

Medo do judiciário

Outro medo do Centrão bolsonarista é com a reação do judiciário. Ao tentar culpar Lula de ser o responsável pelo 8 de janeiro, o grupo que apoia Bolsonaro também colocava em xeque a atuação do Supremo no episódio.

Com a CPMI, a tendência é que os ministros da Corte usem as informações conquistadas pelo Congresso para pressionar ainda mais os políticos bolsonaristas. Há senadores e deputados que apontam que alguns parlamentares só seguem apoiando Bolsonaro por voto.

Caso eles percebam que estão sendo prejudicados, não pensarão duas vezes para sair da oposição e pular para o lado da “independência” ou até mesmo da base governista.

Agora o grupo tem trabalhado para diminuir o prejuízo. Bolsonaro pediu que seus filhos sejam colocados na comissão. O ex-presidente tem dito que ninguém conseguirá defender os interesses do bolsonarismo como Eduardo e Flávio.


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