Governo deve ceder a pressão e liberar comissão de inquérito para oposição
Divulgação/Alesp - 1º/01/23
Governo deve ceder a pressão e liberar comissão de inquérito para oposição

A manobra do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ter apenas comissões parlamentares de inquéritos (CPIs) de sua base ainda é um dos assuntos mais comentados nos corredores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Nos últimos dias, o PT passou a se movimentar nos bastidores para driblar a ordem de Tarcísio e conseguir emplacar uma comissão contra o governo.

Após ser eleito presidente da Alesp, André do Prado (PL) alterou a regra para instalação de comissões e determinou a volta de requerimentos via papel. A medida provocou uma fila de parlamentares durante três dias em frente ao plenário Juscelino Kubitschek.

Assessores dos parlamentares precisaram dormir nas filas, até que na sexta-feira (20),  os deputados assumiram os postos para entregar os requerimentos. Minutos antes da abertura sala, houve uma discussão entre o deputado Eduardo Suplicy (PT) e parlamentares da base governista, como Itamar Borges (MDB) e Gil Diniz (PL), que lideravam a fila. O petista invocou o Estatuto do Idoso para ter prioridade na instalação da comissão, mas não obteve sucesso.

Na última semana, o líder do PT na Alesp, Paulo Fiorillo, tomou frente das negociações após chegar de uma viagem ao Japão. Ele conversou com André do Prado e decidiu obstruir as votações até que uma decisão seja tomada.

A ideia acendeu alerta para o Palácio dos Bandeirantes, que passou a ceder a parte das pressões petistas.

Fontes informaram à coluna que as negociações avançaram no começo da semana. Tanto que o PT votou normalmente na sessão extraordinária realizada na última terça-feira (4).

Um deputado que está envolvido com as negociações disse ao iG já haver um acordo e que André do Prado teria aceitado abrir uma sexta CPI. Basta saber qual comissão será instalada.

Das quatro comissões discutidas inicialmente, duas largam na frente: a do tiroteio de Paraisópolis e a da Mobilidade.

A CPI do Tiroteio é liderada pelo deputado Reis (PT) e pretende investigar a troca de tiros durante uma agenda de campanha de Tarcísio, quando ainda era candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Essa comissão é a que mais sofre resistência do governo, já que pode esbarrar na imagem do governador.

A outra trata da Mobilidade Urbana e deve focar nos descarrilamentos da linha 8-Diamante da CPTM. Os deputados querem saber as causas dos acidentes e apurar a responsabilidade da ViaMobilidade no caso.

A rodada de negociações deve se encerrar nesta semana. A previsão da oposição é ter a comissão instalada até o fim do mês e dar início aos trabalhos junto com as outras cinco comissões da base governista.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!