A reunião de líderes partidários para negociar mudanças na instalação de comissões parlamentares de inquérito ( CPIs ) na Assembleia Legislativa de São Paulo ( Alesp ) encerrou sem acordo para a criação de CPIs da oposição. O encontro foi realizado na manhã desta quarta-feira (22) a portas fechadas.
Parlamentares conversaram com a coluna e confirmaram que o presidente da Alesp, André do Prado (PL), está reticente em ceder sobre os trâmites para a instalação de CPIs. Nesta semana, André do Prado determinou a volta do procedimento via papel, medida vista pela oposição como uma manobra para favorecer o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo os deputados, os primeiros assessores que aguardam em frente a sala comissões são da base governista. Um parlamentar da oposição disse ao iG que não acredita na instalação da CPIs com petistas no comando.
“Se as 20 primeiras pessoas que estiverem na fila forem do governo, a oposição não terá CPIs nessa legislatura. Ou seja, serão quatros de proteção ao Tarcísio na Casa”, disse um parlamentar.
Uma das comissões que pode ficar de fora da lista de CPIs neste ano é a pretende investigar o tiroteio em Paraisópolis . Liderada pelo deputado Reis (PT), a comissão quer investigar a troca de tiros entre a Polícia Militar e traficantes durante um evento político de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ainda na campanha eleitoral das Eleições de 2022. Na época, um homem morreu.
Outra comissão que deve ficar de fora é a de despoluição do Rio Tietê, que corta parte da capital paulista. A ideia é da deputada Mônica Seixas (PSOL), mas a instalação vai depender da ordem de requerimentos entregues na Casa.
Após a repercussão, base governista e oposição passaram a se movimentar para fazer fila na sala de comissão na Alesp para protocolar as comissões. Com isso, assessores vão precisar dormir no chão até sexta-feira (24), quando será aberto o prazo para a entrega dos requerimentos.
A reportagem esteve na Alesp tanto na terça-feira, quanto na quarta, e viu uma fila de ao menos 50 pessoas na porta da sala de comissões. A assessora de um parlamentar informou à coluna que é preciso fazer um revezamento entre os funcionários do gabinete.
Nos bastidores, ainda há uma negociação para que a oposição fique com duas CPIs, liberando três investigações para a base governista. Se confirmado, a base contrária ao Palácio dos Bandeirantes poderá indicar quatro comissões para o biênio 2023/2024.
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