O ex-presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto
Isac Nóbrega/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) está cheio de preocupações e admite que há grupos do campo da direita que causam a ele muita dor de cabeça. O ex-chefe do Executivo federal quer descansar e passar um período isolado, tendo como objetivo retornar ao Brasil apenas no fim de março. Porém, tem consciência que existem políticos em busca da liderança dos eleitores que optaram por ele.

Bolsonaro foi alertado por aliados que há uma ala do PL buscando um nome para transformar no principal representante da oposição. Os governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Tarcísio de Freitas (São Paulo) são colocados como duas opções palatáveis.

O filiado do Novo foi reeleito no estado mineiro e é visto com um perfil empresarial, não tendo práticas tradicionais de política. Ele é tratado como uma pessoa sem papas na língua e com discurso próximo de Bolsonaro. O fato de insinuar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) facilitou o ato terrorista em Brasília no dia 8 de janeiro foi comemorado pelo campo da direita.

Só que Zema é classificado como uma figura imprevisível, ou seja, pode criar dificuldades na hora de negociar cargos, comportamento diferente de Tarcísio. O governador paulista tem maior sensibilidade política e não se opõe ao diálogo. O que pesa contra é a falta de carisma, segundo afirmam aliados de Bolsonaro.

O ex-presidente teme que Zema e Tarcísio tentem traí-lo e busquem ocupar o espaço de principal liderança da direita, principalmente porque ele corre risco de ficar inelegível e até mesmo ser preso.

MBL e Leite também causam dor de cabeça

Bolsonaro não viu com bons olhos a intenção do MBL de criar um partido. Um dos planos do ex-presidente é transformar o PL em um partido de direita. Se o Movimento Brasil Livre conseguir tirar do papel o plano de ter uma sigla, muitas pessoas podem optar por seguir para a agremiação liderada por Renan Santos. O capitão da reserva não tem boa relação com o movimento e admite que não quer dividir as atenções com o grupo.

Já a preocupação com Eduardo Leite envolve o PSDB. Bolsonaro alerta que os tucanos seguem com enorme força e um número significativo de filiados. Ele enxerga o governador gaúcho com capacidade para reestruturar a sigla, conquistando centenas de municípios nas eleições de 2024, se fortalecendo para a disputa de 2026.

O ex-presidente pediu ao seu grupo que monitore todo o campo da direita e tente evitar que uma nova liderança nasça. Ele tem pretensões de concorrer novamente ao cargo presidencial.

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