A equipe de transição
do governo eleito Lula
está incomodada com a postura do governo de Jair Bolsonaro
(PL). A avaliação feita pelos integrantes do grupo que apoia o presidente eleito é que a atual gestão do governo federal “vive em um mundo paralelo”.
“A imagem que eles passam para a transição é que tudo ocorre da melhor forma possível e que a crise é culpa da imprensa. Todos nós temos dados, somos estudados, entendemos do assunto e eles falam como se estivessem conversando com militantes que nada sabem. É assustador”, diz um dos membros da transição.
As duas maiores reclamações são em relação ao MEC (Ministério da Educação) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A transição informou a Lula (PT) que a educação do país já superou a Suécia e o Brasil é o local mais seguro do mundo, segundo dados do governo Bolsonaro.
Apesar do tom de brincadeira, há muita preocupação que os dados entreguem não estejam totalmente corretos. “Transição não é, necessariamente, um acerto de contas. Pode ser que muita coisa fique para trás e só se descubra com o funcionamento do novo governo”, explica um integrante do grupo.
Na área da Educação, a equipe de Lula foi informada que todos os programas estão funcionando normalmente e, quando falta dinheiro, a boa relação de Bolsonaro com o Congresso faz com que algum parlamentar envie dinheiro do orçamento secreto para o setor.
“O Orçamento Secreto é tratado com naturalidade pelo Executivo. Uma loucura completa. O rombo na educação é menos afetado por causa do Orçamento Secreto. Não dá para viver desse jeito”, mostra-se indignado outro membro da transição.
Segurança Pública e a subnotificação
O PT já externou que há subnotificação nos dados da segurança pública. O partido já avisou que irá reavaliar o número de homicídios no Brasil. Todos possuem a certeza que os índices não estão corretos.
“Eles sabem que há subnotificação, mas defendem que o trabalho é bem feito. Não é. Tem muita coisa errada e eles não assumem. Será terrível quando a gente se aprofundar nos dados reais da violência que há no Brasil”, resume um dos integrantes da transição.
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