O silêncio de Lula (PT) a respeito do atentado em uma escola de São Paulo na última segunda-feira (27) não pegou bem e incomodou os aliados mais próximos. A avaliação nos corredores do Planalto é de que, ao não deixar nenhuma mensagem de solidariedade após o ocorrido, o presidente permitiu espaço para que a oposição o comparasse a Jair Bolsonaro (PL).
Oficialmente, no entanto, a justificativa foi de que Lula se recupera de uma pneumonia que até o impediu de viajar a China e que, por isso, a cobrança é injusta. Mas mesmo entre ministro e aliados do Legislativo a desculpa não colou. "O Lula não usa o Twitter e muito menos o Instagram, é uma equipe que alimenta. Por que não soltaram uma nota?", questionou um deputado do PT.
A pergunta ecoou nos corredores do Planalto, mas ninguém teve a resposta. A coluna ouviu de um importante assessor da presidência que todas as postagens que vão aspas de Lula passa pelo crivo do presidente. Mesmo assim, o assessor não soube explicar a razão de não ter havido um único comentário do Chefe de Estado sobre um atentado que vitimou uma professora.
Alguns parlamentares chegaram a questionar se o problema de saúde dele é mais delicado do que as informações oficiais mostram, mas isso foi descartado. "Lula está se recuperando e volta a trabalhar amanhã", garantiu uma fonte. Por isso mesmo é que o clima pesou entre aliados que esperavam uma manifestação de solidariedade do presidente em mais um momento de violência.
"Agiu feito Bolsonaro", foi a frase dita por dois senadores em um grupo de WhatsApp e que fazem parte da base aliada. Nem mesmo as manifestações de outros membros do governo, como Fernando Haddad (PT), Simone Tebet (MDB) e Silvio Almeida amenizaram o caso. "Quando era candidato o Lula falava minutos depois. É injustificável esse silêncio", cravou um deputado.
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