Jair Bolsonaro (PL) pode ser preso ao voltar ao Brasil no mês de março . Ao menos é isso que articulam os aliados mais leais do ex-presidente e que tentam convencê-lo que a estratégia é a mais certeira para recolocá-lo no protagonismo da política nacional.
O núcleo duro do bolsonarismo avalia que o grupo vem perdendo força dia após dia e os seguidores já se desmobilizaram após as reações do STF e do Congresso ao plano frustrado de golpe, em 8 de janeiro. A solução dessa vez, porém, não é o embate de sempre.
"Criticar o STF e incitar os seguidores não vai trazer resultados porque as pessoas estão desmobilizadas, é preciso mais", afirmou um deputado federal em conversa em um grupo de mensagens e que a coluna teve acesso.
Na visão dele é preciso uma dose de sacrifício e o ideal seria a prisão de Bolsonaro. "A cena de um líder popular como o Bolsonaro sendo preso iria correr o mundo e revoltaria parte da sociedade", garantiu um senador empolgado.
Para o grupo, o ex-presidente seria capaz de mobilizar uma multidão em frente ao local em que ficaria preso, em situação semelhante a que ocorreu com o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Se Bolsonaro for preso, na visão desse grupo de parlamentares, o bolsonarismo ressuscita e volta a ganhar força e presença nas redes, além de protagonizar discussões no jornalismo profissional. "É nossa única chance nesse momento", concordou um deputado.
O problema é convencer Bolsonaro. O ex-presidente já avisou que não está disposto a fazer esse sacrifício em nome de um suposto legado. A pessoas mais próximas, ele confidenciou que não aguentaria ficar preso sequer o tempo que Lula ficou e prefere abrir mão até da política se tiver que perder sua liberdade.