Michelle Bolsonaro durante campanha de doação de sangue no Hemocentro de Brasília
Isac Nóbrega/PR - 25/11/2020
Michelle Bolsonaro durante campanha de doação de sangue no Hemocentro de Brasília

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro começou a trabalhar nesta quarta-feira (15) na sede do PL como a presidente do PL Mulher, e já gerou todo tipo de mal estar. Isso porque a presença da esposa de Jair Bolsonaro não é bem-vista dentro de nenhum dos grupos da sigla, sejam os bolsonaristas, inclusive os filhos do ex-presidente, ou mesmo políticos de carreira.

A coluna conversou com representantes da legenda e eles falaram que Michelle é unanimidade nos corredores do PL. "Ninguém gosta dela. Todo mundo odeia", confidenciou um membro ativo do partido. Atualmente, a sigla sofre com dois grupos rachados: o primeiro é dos bolsonaristas e o segundo, de políticos mais tradicionais e que estavam filiados há tempos.

Entre os seguidores fieis de Jair Bolsonaro, Michelle tem causado rejeição porque está assumindo um protagonismo que ninguém queria. A começar pelos filhos do ex-presidente, Eduardo e Flávio. Os dois não querem ver a madrasta ficando em evidência num contexto em que o pai parece perder força política e estar desarticulado entre os próprios fãs.

Os dois filhos do ex-presidente deixaram claro que não aceitam Michelle como a dona do PL e chegaram a ameaçar deixar a legenda. Além deles, nomes como Bia Kicis e Carla Zambelli também estão pressionando porque não querem ver a ex-primeira-dama ocupando espaço. Neste caso é porque as duas gostariam de ser o rosto da oposição após a queda do ex-presidente. "A disputa de poder é grande".

Por outro lado, políticos tradicionais que são filiados ao PL avisaram Valdemar da Costa Neto, presidente do partido, que não veem com bons olhos essa força que Michelle está ganhando. "Eles a enxergam com carisma, mas sem experiência política alguma, que pode se complicar e, por consequência, prejudicar a todos de uma vez só", afirmou uma fonte ouvida pela coluna.

Michelle Bolsonaro tem dado de ombros e dito que não liga para o que estão dizendo. "Ela quer construir uma carreira própria na política e já é vista com potencial até maior que o do marido", afirmou uma pessoa ligada a ela, mais por empolgação do que qualquer coisa. Em todo caso, ela já foi informada que terá de lidar com o ódio crescente dentro do PL. "Vai ser boicotada, sem dúvida".

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