Quem apostou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não viveria os seis meses de lua de mel que quase todo presidente eleito tem no início de mandato perdeu dinheiro. Ainda que o primeiro turno das eleições mostrou o grupo de Jair Bolsonaro (PL) elegendo a maior parte dos deputados na Câmara Federal, a situação mudou. A estrutura de poder no parlamento desenha o petista com ampla maioria no início de mandato com os acordos que estão sendo costurados.
A coluna conversou, nos últimos dias, com caciques de todos os partidos eleitos para o mandato 2023/2026 para verificar a estrutura partidária em apoio a Lula. A maioria da base que se elegeu de carona no bolsonarismo já rachou e está fechada com Lula. Nomes importantes do PL e Republicanos já declararam que estarão apoiando o próximo governo. O PP de Lira está desembarcando e praticamente dividido ao meio em favor do próximo presidente.
Após as eleições do parlamento, Lula contava com apenas 68 deputados entre os partidos que o apoiaram no segundo turno. Logo depois da vitória, outros já se juntaram automaticamente, mas sem garantir a totalidade de seus deputados, como o União Brasil e o MDB. Conforme o governo de transição caminha, mais legendas começaram a fechar apoio, foi o caso do PSD.
O PP está dividido quase meio a meio graças às articulações de Arthur Lira. Em troca de sua reeleição para a presidência da Câmara , o político prometeu que a sigla o acompanharia em votos importantes e favoráveis ao governo Lula. Mesmo a federação PSDB e Cidadania terá parte de seus parlamentares eleitos apoiando a próxima administração. Isso se deve aos trabalhos de bastidores de Geraldo Alckmin (PSB), histórico tucano.
Os cálculos feitos por membros do PT indicam que o governo deverá ter entre 300 e 320 deputados em sua base aliada, ao menos no início do governo. Entre eles, existem surpresas, como o PL que poderá ter mais de 20, dos 99 parlamentares. União Brasil, MDB e PSD terão maioria em apoio a Lula, mas não conseguirão garantir a totalidade, já que há bolsonaristas no grupo.
Levantamento da coluna indica que o governo Lula começa com folga para aprovar qualquer tema na Câmara, seja por maioria simples ou pelos dois terços. Se a costura for confirmada, o presidente eleito inicia o mandato com uma base de 311 deputados federais, mais que suficiente e que não eram planejados nem nos melhores sonhos do PT após as eleições.
Membros do governo de transição defendem que esta base sólida deve ser aproveitada para que Lula envie para o Congresso ainda no primeiro semestre projetos que irão dar uma cambalhota nos rumos do país, principalmente sobre Economia, Desenvolvimento Social, Habitação e Meio Ambiente. Um dos assuntos que o próprio presidente quer tratar é a situação do MEI (Micro-empreendedor Individual) e a questão da precarização do trabalho.
Confira como deve ser a divisão de bancadas na Câmara:
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