O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD)
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD)


Libertar o  Rio de Janeiro da milícia e do crime organizado tem que ser um programa de todos os democratas brasileiros. Do homem que trabalha na praia vendendo mate com limão e biscoito Globo; da mulher que se encarrega de sustentar a família; do menino que cuida do carro do bacana; da família que vai junta ao futebol; daquele que se perde à toa na praia, como se fosse mineiro; do que nunca vai ao Rio dos turistas, pois mora longe e trabalha como se fosse o último dia para sobreviver; do que vive na favela, com a vista mais linda do mundo, e sabe que o babaca bolsonarista do Leblon, que tem uma vista menos bonita, reclama porque eles não pagam IPTU como o dono da cobertura. De todos, enfim.


Talvez a gente tenha sorte agora. O desvendar do  caso Marielle colocou o foco na milícia carioca . Depois de 6 anos, sua morte cruel e brutal pode nos dar uma luz que, certamente, ela gostaria de dar. O Rio não tem dado certo nos últimos anos. Dos últimos governadores, 5 foram presos e 1 foi afastado do cargo! É inacreditável. Surreal. Dos últimos chefes de polícia, 4 foram presos! É o Estado dominado pela milícia e pela criminalidade. A falência das instituições. A força do crime organizado coordenando as estruturas do poder. Exercendo o poder.

Presidente Lula foi o melhor “governador” do Rio quando investiu e apostou forte na administração do Sérgio Cabral. Não funcionou por motivos que não passaram pelo Presidente. Agora, ele tem, de novo, a chance de ajudar o Rio. Na eleição para prefeito, a sua força e o seu prestígio devem colaborar para vencer a milícia bolsonaristaEduardo Paes merece ser reconduzido. Ele encarna bem o prefeito do Rio. Mas nós, cariocas, merecemos um vice que conhece como ninguém o estado de coisas a ser desvendado e enfrentado. Alguém que entende as entranhas estranhas do Rio. Que se expôs pela cidade e pela Democracia. Que pôs sua vida em risco. Que não se abaixou na hora do tapa. E digo “nós cariocas” por ser Cidadão Honorário e me sentir um mineiro que desaguou no mar.

É uma oportunidade que deve ser aproveitada. Se  Bolsonaro tivesse sido reeleito, o Rio iria afundar de vez. A milícia iria assumir até os pontos turísticos. Lula salvou o país do caos e conseguiu tirar as garras do fascismo das costas do brasileiro. Ainda que eles, os fascistas, estejam vivos. Mas a Democracia venceu. Agora, é salvar o Rio. Essa cidade-estado que já foi nosso orgulho e que hoje nos enche de tristeza e medo. Ninguém conhece mais o Brasil do que o Presidente Lula. Ele sabe o que fazer. Vamos salvar o Rio!

Remeto-me a Pessoa, na pessoa de Álvaro de Campos, no excepcional Poema Em Linha Reta: “Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado. Para fora da possibilidade do soco”.

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

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