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A acidificação dos oceanos pode ter sérias consequências para milhões de pessoas em todo o mundo cujas vidas dependem da proteção costeira, pesca e aquicultura, sugere um novo artigo na revista científica “Emerging Topics in Life Sciences”.

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Os cientistas que assinam o artigo dizem que apenas cortes significativos nas emissões de combustíveis fósseis impedirão a  acidificação dos oceanos , mudança já evidente em áreas nas quais os níveis de dióxido de carbono está aumentando.

Segundo Ben Harvey, professor assistente no Shimoda Marine Research Center da Universidade de Tsukuba, no Japão, e um dos autores do artigo, os seres humanos estão liberando cerca de 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono por hora na atmosfera da Terra.

Cerca de 25% desse gás é absorvido pelo oceano e reage com a água do mar para formar um ácido fraco, reduzindo o pH do oceano. “A química desta mudança é entendida, mas há incerteza sobre seus efeitos na sociedade, que é o que estamos tentando alcançar com os estudos”, diz Harvey.

Segundo os pesquisadores, estudos indicam que os recifes formados por organismos com conchas ou esqueletos, como ostras ou corais, são sensíveis a essa mudança do pH dos oceanos, que causa a acidificação. Os recifes degradados fornecem menos proteção costeira e menos habitat para peixes e moluscos comercialmente importantes. Ou seja, a acidificação causada pelo aumento do CO2 nos oceanos pode afetar economicamente as regiões atingidas.

Os cientistas também pedem um acordo internacional baseado nos  Objetivos de Desenvolvimento Sustentável  das Nações Unidas para minimizar os impactos da acidificação dos oceanos.

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Esses pesquisadores, junto com outros colaboradores, já publicaram vários estudos na última década que mostram as ameaças representadas pela acidificação dos oceanos em termos de degradação do habitat e perda de biodiversidade.

Estes estudos têm-se concentrado em torno da costa do Japão, onde foi demonstrado que a acidificação dos oceanos está causando um grande impacto na vida marinha, e no Mediterrâneo, onde foi provado que a acidificação está provocando um impacto negativo nos peixes selvagens.

Ambas as regiões sofrem de vazamentos de CO2 vulcânicos, quando o gás se dissolve na água do mar e cria condições semelhantes às que ocorrerão em todo o mundo nos próximos anos. Ou seja, essas áreas são como uma projeção futura do que irá acontecer em outras partes do mundo se as emissões do gás carbônico não forem reduzidas.

O novo artigo fornece uma síntese dos prováveis ​​efeitos da acidificação dos oceanos nas propriedades, funções e serviços dos ecossistemas, e é baseada em experimentos de laboratório e observações de habitats naturais.

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Jason Hall-Spencer, professor de biologia marinha na Universidade de Plymouth e principal autor do artigo, acrescenta que o  Acordo de Paris  sobre mudanças climáticas foi bem-vindo, mas não menciona a  acidificação dos oceanos , nem o fato de que essa rápida mudança na química dos oceanos compromete os pilares social, econômico e ambiental. Para ele, o momento é propício para um acordo específico para oceanos, com o objetivo de minimizar e abordar os impactos da acidificação dos oceanos, incluindo uma cooperação científica reforçada em todos os níveis. 

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