O telescópio James Webb , da Nasa, capturou uma nova imagem que revela uma visão cósmica rara: ao menos 17 anéis de poeira concêntricos, ou seja, que compartilham o mesmo centro, emanando de um par de estrelas. A dupla, pertencente a um grupo de estrelas raras conhecido como Wolf-Rayet , está localizada a pouco mais de 5 mil anos-luz da Terra.
Segundo a Nasa, as estrelas Wolf-Rayet têm 25 vezes mais massa do que o Sol e estão perto do fim da vida, quando provavelmente entrarão em colapso e formarão um buraco negro. Elas geram ventos poderosos que empurram enormes quantidades de gás para o espaço. Os astrônomos estimam que deve haver pelo menos alguns milhares de estrelas deste tipo em nossa galáxia, mas apenas cerca de 600 foram encontradas até o momento.
"Embora as estrelas Wolf-Rayet sejam raras em nossa galáxia porque são de curta duração até onde as estrelas vão, é possível que elas tenham produzido muita poeira ao longo da história da galáxia antes de explodirem e/ou formarem buracos negros", afirmou o astrofísico Patrick Morris, da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) e co-autor de um novo estudo publicado sobre as wolf Rayet na revista Nature .
"Acho que com o novo telescópio espacial da NASA vamos aprender muito mais sobre como essas estrelas moldam o material entre estrelas e desencadeiam uma nova formação estelar nas galáxias", completou.
Cada um dos 17 anéis foi criado quando as Wolf-Rayet se aproximaram e seus ventos estrelares (fluxos de gás que sopram no espaço) se encontraram, comprimindo o gás e formando poeira. As órbitas das estrelas os unem uma vez a cada oito anos. Os laços de poeira, portanto, marcam a passagem do tempo. De certa forma, é como se os anéis fossem uma espécie de impressão digital das duas estelas.
"Estamos olhando para mais de um século de produção de poeira a partir deste sistema", disse o astrônomo Ryan Lau, autor principal do estudo. "A imagem também ilustra o quão sensível esse tipo de telescópio é. Antes, só éramos capaz de ver dois anéis de poeira, usando telescópios terrestres. Agora vemos pelo menos 17 deles."
Além de ser mais sensível do que os demais telescópios, o Webb conta com um instrumento infravermelho chamado Instrumento Infravermelho Médio (MIRI), exclusivamente qualificado para estudar os anéis de poeira. A tecnologia é capaz de detectar comprimentos de onda infravermelho mais longos. Com isso, é possível enxergar objetos mais frios, como anéis de poeira.
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