Um meteorito de 4,5 bilhões de anos, que foi formado durante o surgimento do nosso Sistema Solar, recebeu o nome de Orgueil e poderá ser uma importante fonte de informação para compreender as origens da vida na Terra.
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Segundo o portal britânico Daily Mail , o meteorito tem o tamanho de uma toranja e pesava 14 quilogramas quando foi descoberto, em 1894, no sul da França. Ele faz parte de um grupo muito raro de asteroides, chamados condritos, que não tiveram sua estrutura e composição modificados durante suas trajetórias pelo espaço.
Sendo assim, eles podem funcionar como verdadeiras ‘cápsulas do tempo’. “Condritos são como fotografias do começo do Sistema do Solar, fornecendo informações-chave sobre como protoplanetas e planetas foram formados”, explicou Romain Tartèse, autor do estudo com o Orgueil e pesquisador da Universidade de Manchester, na Inglaterra.
Para analisar a rocha, que é ainda mais rara por ser um condrito carbonáceo, rico em material orgânico, Tartèse e sua equipe pegaram o material emprestado do Museu Nacional de História Natural de Paris e passaram dois anos medindo e interpretando as informações que conseguiram extrair da rocha.
Assim, eles descobriram que Orgueil possui elementos essenciais para a existência da vida. Marcas de oxigênio, nitrogênio, carbono, hidrogênio e enxofre foram encontradas no interior do material, e além disso, ele em si é formado pelos primeiros materiais sólidos responsáveis pela criação do Sistema Solar como água congelada e materiais orgânicos.
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O meteorito e as chances de se habitar outros sistemas solares
A pesquisa foi publicada na revista científica PNAS e seu texto confirma que todo o material orgânico ali encontrado muito provavelmente foi formado a partir de reações químicas, que teriam acontecido durante os primeiros anos do nosso Sistema.
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Os cientistas responsáveis pelo estudo do meteorito acreditam que o processo de tal formação é simples, e, sendo assim, poderia facilmente acontecer em outros lugares. O que, além de complementar nossos estudos sobre o começo da vida na Terra, pode nos ajudar a compreender as possibilidades de se habitar outros sistemas solares.