Favela do Moinho, na região central de São Paulo
Cláudio Kbene/ PR
Favela do Moinho, na região central de São Paulo

Uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), com apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, cumpre dez mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão nesta segunda-feira (8) contra suspeitos de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital) e comandar o tráfico de drogas na Favela do Moinho.

A ação faz parte da Operação Sharpe, desdobramento da Salus et Dignitas, deflagrada em agosto de 2024, que já havia mirado o crime organizado na região da Cracolândia.

Até o momento, sete pessoas foram presas, mas entre os detidos não há nenhum dependente químico. Segundo o MPSP, a ação focou na prisão de lideranças e o fechamento de estabelecimentos dominados pela facção, além da prisão de agentes públicos envolvidos em atividades de milícia.

De acordo com o órgão, as investigações mostraram que uma liderança presa da Favela do Moinho continuava a emitir ordens criminosas de dentro do presídio, para intimidar funcionários da CDHU e impedir que as famílias aceitassem indenizações pelas suas moradias, usando o pretexto de resistência da comunidade local.

Ordens do presídio

A liderança, no caso, seria Leonardo Moja, o Leo do Moinho, detido  no ano passado e apontado como chefe do tráfico no local, de acordo com informações da CNN. A irmã dele, Alessandra Moja, foi presa na operação de hoje.

Alessandra se apresentava como líder comunitária, mas repassava as ordens do irmão direto do presídio. O marido e a filha dela também foram presos, além de foram detidos José Carlos da Silva, apontado como o atual responsável pelo tráfico na favela, e Jorge de Santana, dono de um comércio que, segundo a investigação, armazenava armas e entorpecentes.

Reassentamento das famílias do Moinho

Conforme orno paulista, a área da Favela do Moinho será transformada no Parque do Moinho, com reassentamento voluntário das famílias e pagamento de indenizações.

Em maio, os governos federal e estadual firmaram uma parceria para oferecer moradias gratuitas aos moradores da Favela do Moinho. Cada família receberá um subsídio de R$ 250 mil para a compra da casa.


O MPSP afirmou, em nota, que a ação desta segunda "desferiu novo golpe no grupo criminoso, que tentava se reorganizar por meio do tráfico e permanecia coagindo moradores e agentes públicos envolvidos na reurbanização da comunidade".

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