Motos da PMESP em evento nesta segunda-feira (11).
Lara Pinheiro/Portal iG
Motos da PMESP em evento nesta segunda-feira (11).

A cidade de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (11), mais 100 câmeras do programa Smart Sampa, sistema de monitoramento da Prefeitura que usa reconhecimento facial . O  equipamento vai ser acoplado a motos da Guarda Civil Metropolitana ( GCM ) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo ( PMESP ).

A entrega foi feita pelo prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista.

Nunes afirmou que a tecnologia é inédita no mundo. “ Com essa tecnologia nas motos da Polícia Militar e da Polícia Civil, [a câmera] já vai fazer a leitura daquela placa na hora e [o policial] vai poder fazer a abordagem na hora ”, disse.

O equipamento é integrado a uma central de monitoramento. As câmeras leem as placas e enviam os dados à central, que faz um busca em um banco de dados de placas roubadas ou alteradas (veja detalhes mais abaixo). A notificação é, então, enviada de volta em tempo real à moto que fez a abordagem.

Moto da GCM com câmera do programa Smart Sampa
Lara Pinheiro/Portal iG
Moto da GCM com câmera do programa Smart Sampa


O governador de São Paulo afirmou que é intenção do governo intensificar o combate ao crime.

Se você fizer uma pesquisa hoje, as pessoas vão indicar que o maior problema é segurança pública. A percepção de segurança demora para vir. Nós temos os menores indicadores de roubos e furtos desde o início da série histórica, mas a percepção de segurança ainda não chegou ”, ponderou.

Nós temos que endurecer o combate ao crime. Ele [o criminoso] tem que saber que vai ficar preso ”, completou.

Freitas disse ainda que o sistema será expandido para a região metropolitana da capital .

Vamos colocar mais câmeras, mais reconhecimento facial, mais vigilância. Nós vamos continuar tendo o estado mais seguro do Brasil ”, completou.

Tecnologia

Moto da PMESP com a câmera do programa Smart Sampa
Lara Pinheiro/Portal iG
Moto da PMESP com a câmera do programa Smart Sampa


A instalação das câmeras nas motos, que havia sido anunciada pela Prefeitura há dois meses, vai reforçar o combate a crimes envolvendo veículos furtados, roubados ou com placas adulteradas, “ além de ampliar a tecnologia de monitoramento urbano na capital ”, disse a gestão municipal em nota.

As informações captadas pelas câmeras são cruzadas com os bancos de dados da plataforma federal Córtex, desenvolvida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ( MJSP ), que reúne detalhes sobre veículos roubados, furtados ou clonados ou, também, envolvidos em atividades criminosas.

A busca da placa no banco de dados é possível por meio do Reconhecimento Óptico de Caracteres ( OCR , na sigla em inglês). A tecnologia permite converter imagens de texto em conteúdo legível, o que faz com que fotos ou documentos digitalizados sejam editados, pesquisados e analisados por computadores.

As câmeras foram instaladas em motos modelo XRE 300 da GCM e BMW GS 850 da PMESP. São alimentadas pelas baterias das próprias motos.

O Smart Sampa tem mais de 31 mil câmeras ativas na capital paulista, sendo 20 mil públicas e 11.692 privadas. Cerca de 4 mil delas têm a tecnologia de reconhecimento óptico.

Segundo dados da Prefeitura, desde a implementação do programa, cerca de 1,6 mil foragidos da Justiça foram capturados, e houve a prisão de cerca de 3 mil criminosos . Em junho, o Smart Sampa identificou 5.579 ocorrências envolvendo placas irregulares.

No domingo (9), a Prefeitura de São Paulo havia divulgado, em uma rede social, a prisão de um homem condenado por tráfico de drogas que foi identificado pelo sistema. A prisão foi feita pela GCM em Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo. 

Além da capital paulista, a cidade de Sorocaba, no interior, também utiliza um sistema de reconhecimento facial e de placas de veículos para monitoramento de crimes. O “Smart Sorocaba” foi lançado em maio deste ano.

Controvérsias

Implantado em 2024 com um custo de R$ 10 milhões mensais, o sistema de reconhecimento facial da Prefeitura tem sido motivo de controvérsias.

No dia 1º deste mês, uma pesquisa da Universidade Candido Mendes apontou não haver evidências de que o programa reduz crimes ou aumenta a produtividade policial A Prefeitura de São Paulo contestou os métodos da pesquisa. 

O estudo é do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), ligado à Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro. A Prefeitura de São Paulo contestou os métodos da pesquisa.

Em fevereiro, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo também havia pedido à Prefeitura que não utilizasse o reconhecimento facial do programa em blocos de carnaval.

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