O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal , votou neste domingo (6) às 16h57, 3 minutos antes do fechamento das urnas. Ele votou no Centro Educacional Brandão (zona eleitoral 258 e seção 31), em Moema, bairro também da zona Sul, aos gritos de "Faz o M" e "Globo Lixo".
A Polícia Militar interditou parte da Alameda dos Tupiniquins, onde a escola está localizada.
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O candidato falou com jornalistas após sair da seção e disse estar esperançoso em chegar ao segundo turno.
"Na verdade eu marquei com a imprensa 16h30 e escolhi vir nesses últimos minutos. Vim descalço para mostrar meu sentimento de como foi a perseguição nessa campanha eleitoral. Um candidato ficar sem seu único meio nas últimas horas, uma decisão completamente desproporcional. Decidi vir nos últimos minutos para falar que os últimos serão os primeiros", declarou Marçal após a votação.
Perguntado sobre o laudo falso apresentado na sexta-feira (4), acusando Guilherme Boulos de usar cocaína, Marçal foi irônico: "A perícia está de parabéns trabalhando no sábado. Sobre a cadeirada até hoje a perícia não teve tempo para trabalhar".
Ele voltou a corroborar sua versão, que "apenas compartilhou" o laudo.
Contexto
Na última sexta-feira (4), Marçal publicou em seu Instagram um receituário médico falso que alegava que Boulos apresentava “um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, tentando vincular isso a um suposto uso de cocaína, o que foi prontamente negado pelo candidato do PSOL.
"O dono da clínica do documento que ele publica tem vídeo com Pablo Marçal, é apoiador dele. Ele falsificou um documento com um CRM de um médico que faleceu há dois anos para que ninguém fosse responsabilizado", afirmou Boulos em uma transmissão ao vivo na sexta-feira (5).
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinou, na manhã deste sábado (5), a remoção imediata de vídeos nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube que mencionavam o laudo falso criado por Marçal, especialmente considerando a proximidade das eleições municipais.
Essa decisão foi tomada em resposta a contestações apresentadas pela campanha de Guilherme Boulos ao TRE de São Paulo. A defesa do candidato protocolou uma notícia-crime solicitando a prisão de Marçal, além de medidas como a apreensão de materiais e a quebra de sigilo telefônico e telemático. Nas redes sociais, Boulos desmentiu as alegações do laudo falso.
O magistrado Rodrigo Marzola Colombini, do TRE de São Paulo, ao analisar o caso, concluiu que "há plausibilidade nas alegações [da defesa de Boulos], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica com Pablo Marçal, o fato de que o documento médico foi assinado por um profissional já falecido e a divulgação dessas informações, que ocorreu na véspera das eleições".
A Polícia Federal iniciou um inquérito para apurar o laudo médico falso que o influencer Pablo Marçal (PRTB) divulgou, com a intenção de associar, sem qualquer evidência, o candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) a um suposto uso de drogas. As investigações estão em andamento, e peritos federais estão examinando as inconsistências no documento compartilhado nas redes sociais por Marçal, que deverá ser intimado a prestar depoimento.
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