Debate para prefeito de São Paulo desta sexta (20)
Reprodução/Youtube
Debate para prefeito de São Paulo desta sexta (20)



Em  debate promovido entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo nesta sexta-feira (20), os participantes mantiveram um clima mais amistoso do que o visto em debates anteriores. Apesar de algumas trocas de farpas, confira, abaixo, as propostas apresentadas pelos candidatos ao longo da discussão .

Na primeira rodada de debates, em que um candidato fez perguntas a outro a partir de um tema sorteado, os participantes focaram em falar as propostas de melhorias da capital paulista. Os candidatos presentes foram Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).

Guilherme Boulos (PSOL) questionou como José Luiz Datena (PSB) pretende resolver problemas da violência contra as mulheres na cidade. Datena disse que vai aumentar as patrulhas voltadas para o crime, e que pretende "colocar uma Delegacia da Mulher em cada uma das subprefeituras da cidade, para se ter uma resposta imediata às denúncias". Para ele, agressor de mulher "tem que ser tratado como a pior espécie que existe".

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) perguntou a Boulos quais as propostas para melhorias ambientais. O candidato do PSOL afirmou que pretende investir mais na reciclagem, com coleta seletiva de lixo os 96 distritos. "Hoje a gente enterra 98% do lixo, por uma gestão ineficiente que não fez a lição de casa", finalizou, afirmando que vai fazer parceria com cooperativas de catadores para deixar de enterrar lixo.

Marina Helena (Novo), ao ser sorteada com o tema Zeladoria, questionou Ricardo Nunes (MDB) o que vai fazer para reduzir os "cabides de emprego". O atual prefeito afirmou que em sua gestão a "máquina é enxuta". Disse também que inaugurou diversas UPAs e que em uma "próxima gestão", vai inaugurar mais 12 UPAs. Comentou também que conseguiu criar mais de quatro mil quilômetros de asfalto novo.

Datena perguntou para Tabata Amaral (PSB) o que ela pensa das denúncias do crime organizado em relação à saúde pública. A candidata afirma que uma de suas propostas é o "Saúde nas Escolas", para cuidar do desenvolvimento das crianças como um todo. "Precisamos ampliar os horários dos postos de saúde [...]. Uma das minhas propostas é trazer mais tecnologia para cuidar da saúde das pessoas", finalizou.

Tabata, por sua vez, direcionou sua pergunta a  Pablo Marçal (PRTB) . Ao ser questionado sobre o funcionamento do projeto "Pé de Meia", que destina 200 reais por mês a jovens que não abandonam os estudos, Marçal afirmou que propõe cinco coisas que vão revolucionar a educação na capital. "Transformar a escola pública em escola olímpica; educação financeira para aprender sobre investimentos; profissões do futuro; e tecnologia, além de ensinar seu filho sobre empresarização".

Primeiro atrito

Tabata comparou Marçal ao "Jogo do Tigrinho", dizendo que o candidato faz "promessas fáceis que podem atrair quem está desiludido, mas que ferram com a vida das pessoas". Marçal retrucou que "nunca foi um palhaço, sempre respondeu a eles".

Marçal perguntou a  Maria Helena (Novo)  qual a ideia inovadora dela sobre mobilidade urbana. A candidata disse que "a primeira ideia inovadora é não votar na esquerda". Marina afirmou que pretende regularizar as áreas do "Minha Casa, Minha Vida", levando "desenvolvimento para estas áreas que vivem na informalidade". 

Segunda rodada

No segundo bloco, os candidatos foram perguntados por jornalistas dos portais participantes do debate. Um outro candidato foi escolhido para comentar a resposta, com direito a réplica do primeiro a falar.

Primeiro a ser perguntado, Guilherme Boulos (PSOL) foi questionado sobre como a Guarda Municipal, em seu comando, vai lidar com invasões do MTST. Boulos disse que vai ser uma relação tranquila e de muito respeito, e que pretende focar a gestão na construção de moradias. Marina Helena (Novo) atacou os governos de esquerda, dizendo que "Boulos gosta de defender bandido".

Um jornalista do SBT perguntou a José Luiz Datena (PSB) sobre seus planos para o relacionamento com as ONGs que trabalham com população de rua. Datena afirmou que pretende tirar as 3 mil crianças que estão hoje morando na rua, e que vai reformular o auxílio aluguel. Em seu comentário, Ricardo Nunes (MDB) afirmou que está fazendo mudanças, com a criação da Vila Reencontro com crianças, e que já deu lar a 10 mil pessoas que estavam em situação de rua.

O atual prefeito de SP, Ricardo Nunes (MDB) , foi questionado sobre o número de mortes no trânsito e a relação do número de radares para evitar acidentes. Nunes afirmou que o decreto colocado foi para barrar o crescimento da "indústria da multa", de radares sem estudos técnicos. Disse também que a faixa azul implementada ajuda a evitar acidentes. No comentário, Boulos afirmou que Nunes começou a fazer obras de melhorias no trânsito só agora perto das eleições.

Maria Helena (Novo) foi questionada sobre os motivos de ter participado de plano de governo do adversário, se ela foi consultada para que suas propostas fossem usadas por outro. A candidata do Novo afirmou que não foi consultada, mas que se as propostas forem usadas ela ficaria feliz. Para ela, a proposta principal é "devolver dinheiro para o bolso da população". Datena comentou que ele mesmo está apresentando propostas desde o começo, e que "só não vê quem não quer".

Pablo Marçal (PRTB) foi questionado sobre seus planos para lidar com o problema da Cracolândia. Ele afirmou que vai convencer as pessoas em situação de rua, que vivem na Cracolândia, a mudar de vida; levá-las para abrigos e dar condições de trabalho. "Leva sete vezes, em média, para você convencer alguém a deixar as ruas", afirmou. Ao comentar, Tabata disse que é preciso entender quem é "bandido e quem está doente".

Por sua vez, Tabata Amaral (PSB) foi indagada sobre as propostas para diminuição da poluição do ar da cidade. A candidata disse que ampliar o rodízio dos carros não está nos planos, porque "não está na raiz dos problemas". Afirmou que vai investir no transporte público com ônibus elétricos. No comentário, Marçal disse que o atual prefeito realizou trabalhos na gestão, ao contrário do afirmado por Tabata: "Temos que ser justos no que é bom e no que é ruim", pontuou.

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Terceiro bloco

No terceiro bloco, os candidatos seguiram falando sobre as propostas, mas, desta vez, respondendo às perguntas uns dos outros. Nesta última parte, no entanto, eles focaram em fazer reclamações sobre a gestão atual, do prefeito Ricardo Nunes, e comentar os problemas que a cidade já tem, especialmente na falta de segurança pública e na falta de investimento na educação.

Ao ser questionado sobre propostas para melhorar a questão climática , Ricardo Nunes reforçou o desejo de trocar toda a frota de ônibus por ônibus elétricos e, em relação à segurança , disse que quer terminar de implantar 20 mil câmeras espalhadas pela cidade com reconhecimento facial para identificar criminosos. Além disso, ele defendeu a implementação de placas com sistema de roubo e furto pela capital.

Já Tabata, ao ser questionada por Boulos sobre saúde mental , disse que o foco deve ser no apoio psicológico para mães atípicas, enquanto Boulos defendeu a colocação de psicólogos em escolas para ajudar crianças e adolescentes. Ao falar sobre investimentos na cidade, o candidato também defendeu a zeladoria dos cemitérios em São Paulo, que, de acordo com ele, não estão sendo bem cuidados.

Quando a pauta foi educação , questionado por Marina Helena, Datena disse que quer implantar duas horas a mais de creche para que os pais tenham mais tempo para buscar seus filhos ao sair do trabalho, além de segurança em volta das escolas e investir na alfabetização. A candidata do Novo, por outro lado, defendeu trazer as melhores escolas privadas para a capital para administrar as públicas, testar as crianças com avaliações a cada três meses para garantir que estão aprendendo e remunerar professores e diretores de acordo com aprendizagem das crianças. Marina Helena reforçou ser contra usar o fundo eleitoral.

Marçal, nesta rodada, foi perguntado por Tabata sobre as medidas para o combate à violência contra a mulher e ele disse que, em um possível mandato, responsabilizaria primeiramente o governo federal, o governo do Estado e o atual prefeito pelos problemas de falta de segurança contra as mulheres. Marçal ainda mencionou o desejo de implementar um aplicativo que mapeie agressores e que elas possam usar como canal de denúncia direta para a polícia.

Tabata respondeu que quer aumentar a patrulha Maria da Penha e colocar mais policiais nos pontos mais perigosos da cidade.

O debate

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de um novo debate nesta sexta-feira (20), organizado pelos canais SBT, Terra e Rádio Nova Brasil. É o segundo encontro entre eles após a  "cadeirada" de Datena em Marçal, ocorrida no debate do dia 15 de setembro.

O evento, mediado pelo jornalista Cesar Filho, contou com três blocos, separados em confrontos diretos entre os candidatos e perguntas feitas por jornalistas dos portais.

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