Moradores de São Paulo completam 40 horas sem energia elétrica, após o temporal de sexta-feira (3), que deixou mais de 2,1 milhão de pessoas sem luz
, além de seis mortos. Até o momento, 1 milhão de pessoas ainda não teve o fornecimento de energia reestabelecido, segundo a Enel.
A previsão da empresa é que o serviço seja totalmente restabelecido até esta terça-feira (7).
"A companhia está restabelecendo de forma gradual o serviço, dando prioridade aos casos mais críticos, como serviços essenciais", disse a Enel na manhã deste domingo (5).
As regiões mais afetadas foram as zonas Sul e Oeste da capital, mas também há relatos de queda de energia nas zonas Leste e Norte. O corte no fornecimento foi provocado, majoritariamente, por quedas de árvores pela cidade, que registrou ventos superiores a 107 km/h.
Luis Fernando Altieri, de 63 anos, morador de São Roque, conta que está há quase 30 horas sem energia, mas ressalta que a situação é recorrente há mais de dez anos. Em São Roque, a energia é fornecida pela CPFL.
"O vendaval pegou todo mundo de surpresa, ficamos sem energia, mas isso é algo recorrente. É um transtorno atrás do outro", explica. "É horrível tomar banho, de noite ficamos no escuro, alimentos estragando na geladeira, você não enxerga o que está fazendo, é horrível. Eu moro sozinho e com minha idade é péssimo ficar assim", continua.
O interior do estado, a responsável pelo fornecimento de energia é a CPFL, em cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto. A empresa culpa o temporal e a queda de árvores pela interrupção na transmissão de energia.
Já na capital, a Enel recebeu reclamações de clientes que se queixaram de atendimento precário no call center. A empresa, por sua vez, afirmou que a dificuldade de atendimento nos canais de call center foi motivada pelo alto volume de demandas.
No sábado (4), a Enel deu prioridade à retomada de energia em hospitais e serviços essenciais. Além disso, garantiu reestabelecer o f ornecimento em escolas que aplicarão o Enem neste domingo (5).
A Prefeitura de São Paulo colocou 1,4 mil pessoas para trabalhar na retirada das árvores que caíram pela cidade, além de outras 1,9 mil na limpeza das vias.
Além disso, dos 6,5 mil semáforos da capital, 247 seguem apagados por falta de energia e 20 por falha no equipamento.
Defesas civis e o Corpo de Bombeiros registraram mais de 2 mil chamados em ocorrências em 40 municípios do estado, a maioria por queda de árvores.
Mortes
Quatro pessoas morreram por conta da queda de árvores, sendo uma em Osasco, uma em Suzano, municípios da Grande São Paulo; e duas na zona leste da capital paulista. Também houve óbito em Limeira, por desabamento de um muro, e em Santo André, devido à queda da parede de um prédio.
Abastecimento de água
A queda da rede elétrica também impacta o fornecimento de água. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pediu economia aos consumidores até que a situação se normalize. “ Por conta da falta de energia, houve paralisação em diversas instalações e estações elevatórias, reduzindo o nível dos reservatórios da companhia”, informou em nota.
Os pontos mais críticos, na manhã deste sábado, foram nas regiões de Americanópolis, São Mateus, Itaquera, Vila Mariana, Vila Clara, Santa Etelvina, Guaianases, Cidade Tiradentes, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jardim Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chácara Flora, Morumbi e Capão Redondo.
Na Grande São Paulo, o desabastecimento afeta os municípios de Itapecerica da Serra, Mauá, Cotia, Santo André, Diadema, Osasco, Barueri, Guarulhos, Taboão da Serra, Itaquaquecetuba, Biritiba Mirim e Suzano.