Um helicóptero caiu na tarde desta sexta-feira (17) entre as ruas Pedro Luís Alves Siqueira e James Holland, na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo (SP). Segundo o Corpo de Bombeiros, quatro pessoas morreram.
A aeronave caiu em um prédio desativado. Os bombeiros informaram que o helicóptero saiu de Guarujá e estava próximo do pouso no Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo.
Segundo o subcomandante Yuri Moraes, a aeronave bateu contra um coqueiro antes de atingir o solo. Ele também afirmou para a reportagem que a "ocorrência chegou aos Bombeiros por volta das 14h45", mas que a aeronave caiu às 14h35.
Segundo a ANAC, o helicóptero de prefixo PR-PGC era operado pela Helimarte Táxi Aéreo. A aeronave tinha autorização para voo e a capacidade máxima de passageiros é para apenas três e mais o piloto.
Segundo a ANAC, o helicóptero de prefixo PR-PGC era operado pela Helimarte Táxi Aéreo. A aeronave tinha autorização para voo, mas a capacidade máxima de passageiros é para apenas três. Não se sabe o motivo de haver um passageiro adicional.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve iniciar as investigações ainda nesta sexta-feira.
A Helimarte foi procurada pelo iG, mas não quis comentar o acidente. Porém, o advogado da empresa, Sergio Gegers, fez uma coletiva de imprensa para tratar do assunto.
“A empresa está aqui com o diretor e todos os profissionais que compõem o grupo, todos treinados. Vamos aguardar o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e das autoridades. Não temos nenhuma outra informação no momento, não sabemos o que aconteceu, não temos a causa do acidente. Estamos dando todo o suporte para as famílias das vítimas e também colaborando com as autoridades competentes. Todas as aeronaves da empresa são devidamente cadastradas, reguladas e revisadas com acompanhamento diários inclusive de órgãos estaduais", discursou.
Peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) estão no local e que investigadores realizaram a ação inicial da ocorrência.
"São utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação", diz trecho da nota do órgão.
"O objetivo das investigações realizadas pelo CENIPA é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes", completou.
As ruas dos Americanos e Luis Alves de Siqueira e outro no trecho entre a Avenida Norma Pieruccini Giannotti e a Rua Luis Alves de Siqueira tiveram seus acessos bloqueados pela CET.
As vítimas
O Corpo de Bombeiros identificou as quatro vítimas do acidente. São eles: João Intorm Neto, do Rio de Janeiro, piloto do helicóptero, e os empresários Caio Lúcio de Benedetto Moreira, Antônio Cano dos Santos Júnior e Wellinston Roberto Palhares.
Falas dos bombeiros
O Coronel do Corpo de Bombeiros , Camargo Jr, afirmou que o helicóptero que caiu em São Paulo bateu em um coqueiro e na laje de um prédio desativado. Na avaliação dele, o piloto tentou pousar em um espaço vazio para não colocar a vida de mais pessoas em risco.
“A gente não sabe se a calda caiu muito antes da queda. A única coisa que temos de concreto é a fala do vigilante, que relatou que a aeronave se chocou com um coqueiro e laje. A partir daí, fragmentos podem ter sido arremessados”, afirmou durante entrevista coletiva.
Ele também explicou que o piloto tentou pousar em um depósito de uma empresa desativada. “Às vezes, para poder fazer o pouso, o piloto buscou esse espaço abandonado, mas se chocou com essa laje e também com o coqueiro [...] Acho que todos os pilotos são treinados para buscar um local que tenha mais chance de salvar e não colocar em risco mais pessoas”, detalhou.
O coronel também contou que parte do combustível vazo e pegou fogo, mas “foi muito pouco”. “Cenipa que vai fazer uma análise melhor”, completou. Ele disse que as vítimas foram identificadas e as autoridades vão reconstruir a aeronave para “poder tirar todas as conclusões”.
O Capitão André Elias, do Corpo de Bombeiros, está participando da ocorrência e lamentou os óbitos. “Cenário bastante triste. Infelizmente, o helicóptero foi bastante danificado e contabilizamos quatro óbitos, então deixamos nossas condolências aos familiares e amigos das vítimas” afirma ao Portal iG.
“O Corpo de Bombeiros agora faz a prevenção e o auxílio para polícia técnica e científica e também para a Força Aérea, que fará uma investigação mais detalhada”, acrescenta.
Testemunhas viram o acidente
Testemunhas viram o momento em que um helicóptero caiu em São Paulo. O caseiro de um prédio que fica próximo do local do acidente contou que uma das vítimas tentou pular da aeronave antes de ocorrer a queda.
“Na hora do acidente, ele tava vindo e soltou a parte traseira da calda. Aí ele foi caindo e tinha gente na porta tentando pular. Só que bateu no coqueiro e depois no poste da guarita onde fica outro segurança. Uma das vítimas tentou pular, mas não pulou”, relata Anselmo da Silva com exclusividade para o Portal iG.
“O outro segurança tava na guarita com um cachorro e só escutou o estouro da batida. Eu vi batendo, aí foi um estrondo, barulho forte. Quando caiu, subiu uma fumaça. Corri para ajudar o outro segurança e cheguei a ver vítimas que estavam todas quebradas”, acrescenta.
O senhor Weber Boppre, que passava pelo local na hora do acidente, ficou assustado com a queda do helicóptero. Ele explica que percebeu que ninguém conseguiria sobreviver por causa da altura da queda.
“Eu estava parado na Avenida Hudqui e, apesar de não ser piloto gosto de aviação, então eu parei para ver o helicóptero passando. Como o farol estava fechado, abri a janela [do carro] e fixei nele. Só que a aeronave deu uma guinada de calda, o piloto corrigiu, mas o motor, de repente, parou. Foi neste momento que a aeronave despencou”, afirma.
“O que me chocou foi que ele caiu como uma pedra. Ele não girou, porque se não tem motor, não tem contração de calda. Acho que pela quantidade de pessoas, o motor quebrou, ficou em ‘V’, a sustentação foi zero. Eu só pensei que ninguém ia sobreviver porque a altura era muito grande”, completa.
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