O segundo debate entre os candidatos ao governo de São Paulo para as eleições 2022 teve um alvo claro, o atual governador e candidato pelo PSDB, Rodrigo Garcia . Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) deram uma trégua entre si, inclusive com conversas durante os intervalos, e criticaram o adversário em comum na busca por um segundo turno entre eles.
Isso, inclusive, já era esperado pelos candidatos, conforme mostrou o iG antes do debate . A equipe de Tarcísio acredita que o petista já chegou ao segundo turno, então precisa convencer o eleitor de Rodrigo Garcia a votar no ex-ministro da Infraestrutura. O atual governador vem subindo nas pesquisas desde o início da campanha e, em alguma delas, aparece em empate técnico com o cantidato do Republicanos.
Já a campanha petista entende que criticar o governo Garcia poderá beneficiá-lo com eleitores que não querem a continuação do PSDB no poder do estado, mas também não apoiam o candidato bolsonarista. A equipe do ex-prefeito avalia ser mais fácil uma vitória repetindo em São Paulo a polarização da eleição nacional.
Pesa também o fato de o tucano contar com o apoio de boa parte dos 645 prefeitos do Estado, além da força que o PSDB conquistou junto ao eleitorado do interior paulista. De acordo com a pesquisa Ipespe, divulgada no último dia 9, Rodrigo Garcia tem melhor desempenho no segundo turno contra Haddad do que o ex-ministro de Bolsonaro.
O debate realizado pela TV Cultura, Folha e UOL teve ainda a participação de Elvis Cezar (PDT) e Vinícius Poit (Novo), que completam a lista dos cinco mais bem colocados nas pesquisas.
Segundo colocado nas pesquisas e principal adversário de Garcia no primeiro turno, o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre as obras do estado e culpou o atual governo. Rodrigo rebateu e disse que “São Paulo hoje é um canteiro de obras. O Tarcísio fica falando esse monte de número. Parece que as obras aqui de São Paulo até têm ajuda dele ou do governo federal. Não têm, pessoal. São obras com os recursos do estado”.
Em outro momento do debate, o petista Fernando Haddad comentou a fala de Garcia sobre a condenação do irmão do governador por lavagem de dinheiro. Garcia disse que “se ele (irmão) fez algo de errado, ele que pague”. Haddad seguiu no tema e questionou se Garcia não saberia dos atos do irmão do governador por “isso acontecer com um irmão seu e você não saber”.
Garcia rebateu Haddad e disse que não poderia ser responsável pelos atos do irmão e lembrou os casos de corrupção do PT. “Não venha querer transferir para outros um problema que não é meu, como provavelmente o Mensalão, o Petrolão não foi problema seu. Então, não queira aqui confundir a cabeça das pessoas, né? Nós precisamos ter muita seriedade de cuidar desse debate”.
"Amigos de governo"
Nos intervalos, Haddad e Tarcísio conversavam e davam risadas. Ao fim do debate, Tarcísio disse que “estava perguntando a ordem de fala". Perguntado sobre o adversário, Tarcísio o chamou de “gente boa”. Já o petista afirmou que “[Tarcísio] não trouxe o roteiro, ficou colando de mim a ordem, as regras" e que ele era “amigo de governo, estivemos no mesmo governo” e “política é política”.
O debate deixou claro a preferência do petista em enfrentar Tarcísio no segundo turno.
Durante o debate e ataques, o governador Rodrigo Garcia afirmou que “quem é vidraça sempre apanha” e que “enquanto os outros criticam São Paulo, eu defendo”.
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