Pai de jovem morta na Indonésia cobra segurança em trilhas
Luís Felipe Granado/ Portal iG
Pai de jovem morta na Indonésia cobra segurança em trilhas


No velório de Juliana Marins, brasileira de 28 anos que morreu após despencar de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, o pai da jovem, Manoel Marins, fez duras críticas ao governo local e cobrou mudanças nos protocolos de segurança para atividades turísticas no país asiático. O corpo de Juliana será enterrado nesta sexta-feira (4) no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, Região Metropolitana do Rio.

Em entrevista coletiva, Manoel Marins relatou indignação com o atendimento prestado após o acidente e afirmou que o guia responsável teria deixado a filha sozinha no momento da queda.

“O guia se afastou dela para fumar”, disse, visivelmente abalado.

Juliana caiu de um penhasco de cerca de 500 metros enquanto fazia a trilha em um dos destinos mais procurados por turistas na Indonésia. Segundo relatos de testemunhas, não havia estrutura de proteção suficiente no local, e o resgate demorou a chegar.

Manoel lamentou profundamente a perda e questionou se um dia será possível amenizar a dor.

“Será que um dia essa saudade vai diminuir? Não sei. Mas ela vai ficar espiritualmente para sempre nos nossos corações. Porque o que aconteceu com ela foi uma estupidez tremenda”, declarou.

Ele também ressaltou a alegria da filha e o quanto ela valorizava a vida.

“O que fica da Juliana é uma alegria de viver, e de viver intensamente.”

A família ainda avalia a possibilidade de processar o governo da Indonésia, dependendo do resultado oficial da necrópsia.

“Ainda estamos estudando processar a Indonésia, vai depender do resultado da necrópsia”, afirmou o pai.

Relembre o caso

Juliana Marins, de 26 anos, era uma publicitária brasileira que morreu no dia 20 de junho de 2025 após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ela fazia um mochilão pelo Sudeste Asiático quando decidiu subir a montanha em um passeio com guia. Ao se afastar do grupo para descansar, acabou escorregando e caiu por uma encosta de cerca de 300 metros.

Turistas chegaram a avistá-la com vida por meio de drones, e imagens mostraram a jovem acenando. A esperança de resgate mobilizou a família e redes sociais no Brasil. No entanto, o socorro foi dificultado pelo terreno íngreme e neblina intensa, e o corpo só foi alcançado quatro dias depois.


A autópsia feita em Bali indicou que Juliana sofreu múltiplas fraturas e hemorragia interna, e que a morte teria ocorrido cerca de 20 minutos após a queda. Mesmo assim, a família contesta o tempo de resposta do resgate e acredita que, com mais agilidade, ela poderia ter sobrevivido.

Uma nova autópsia foi realizada no Brasil, e a Defensoria Pública pediu investigação da Polícia Federal por possível omissão de socorro. O caso teve grande repercussão nacional e reacendeu debates sobre segurança no turismo de aventura.

A família ainda avalia a possibilidade de processar o governo da Indonésia, dependendo do resultado oficial da necrópsia feita no Brasil.

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