Esquema acontecia em um programa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Esquema acontecia em um programa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Dois ex-jogadores de futebol e um fisioterapeuta foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de cerca de R$ 244 mil em um projeto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Os três vão responder por peculato, após incluirem indevidamente seus nomes em folhas de pagamento de um projeto de extensão da UERJ, o "Escola Criativa e de Oportunidades". Segundo a denúncia, eles recebiam recursos públicos sem exercer qualquer atividade.

Amigos do Romário

Fábio Braz do Nascimento, João Daniel Bove Gomes de Souza e Ademar da Silva Braga Junior, denunciados na ação, seriam amigos pessoais do senador e ex-jogador Romário (PL), de acordo com a Band. Eles chegaram a trabalhar na campanha de reeleição do político ao Senado Federal em 2022. 

Entre janeiro e dezembro de 2022, Ademar recebeu mais de R$ 97 mil, enquanto Fábio Braz do Nascimento recebeu a quantia de R$ 77 mil. João Daniel embolsou R$ 69,7 mil, aponta o MPRJ. 

Fábio Braz e Romário jogaram juntos profissionalmente e se conhecem. João Daniel Bove Gomes chegou a trabalhar no gabinete do senador Romário, assim como a própria irmã, Janaina Bove. Já Ademar da Silva trabalha no América, que tem Romário como presidente.

Esquema irregular

MPRJ destacou que o valor devia ser usado em prol da sociedade
©Fernando Frazão/Agência Brasil
MPRJ destacou que o valor devia ser usado em prol da sociedade


Na denúncia enviada à Justiça, o Ministério Público do Rio classificou como "colossal" o esquema de contratação irregular de pessoal e destacou que os três, livres e conscientemente, se aproveitaram do desvio dos valores. 

A promotoria ainda destacou que os recursos deveriam ter sido utilizados em "favor da sociedade, na prestação de serviços públicos voltados à saúde, à educação ou à segurança pública", mas "acabaram beneficiando indevidamente pessoas apadrinhadas". 

Durante as investigações, não houve comprovação da efetiva prestação de serviços para justificar os pagamentos e não foram formalizados contratos entre o ente público e os denunciados, além de outras irregularidades identificadas.


 Em nota à Band, a UERJ disse que a atual Reitoria da Universidade instituiu novos critérios para que os projetos especiais que estavam em efetividade até 2023 fossem renovados. 

Em janeiro deste ano, o MPRJ já havia denunciado 19 pessoas por envolvimento em um esquema de desvio de mais de R$ 6 milhões em projetos de extensão da universidade, incluindo o mesmo projeto. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema criminoso.

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