
O banqueiro Daniel Vorcaro, dono e presidente do Banco Master, foi transferido nesta segunda-feira (24) para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos.
A transferência do banqueiro foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo ao Portal iG.
Daniel Vorcaro foi detido por suspeita de irregularidades financeiras, no aeroporto de Guarulhos, na última terça-feira (18), quando tentava sair do país e levado para uma cela na Polícia Federal, na capital paulista.
Além de Vorcaro, Luiz Antônio Bull e Alberto Felix de Oliveira Neto, também presos na mesma operação, foram transferidos para o CDP 2 de Guarulhos.
Permaneceram na Superintendência da PF da capital paulista, Angelo Antonio Ribeiro da Silva e Augusto Ferreira Lima.
A Operação Compliance Zero da PF foi deflagrada para desarticular um esquema envolvendo a suposta fabricação e comercialização de carteiras de crédito insubsistentes por instituições financeiras.
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Um dos pontos da acusação contra Vorcaro é a venda de carteiras de créditos, supostamente fraudulentas, ao Banco de Brasília (BRB).
As investigações começaram em 2024, por solicitação do Ministério Público Federal (MPF).
Na última quinta-feira (20), a Justiça Federal rejeitou um pedido de habeas corpus da defesa e manteve a prisão de Vorcaro.
No documento, a desembargadora Solange Salgado da Silva, do T ribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), aponta que a prisão foi decretada diante de indícios veementes de gestão fraudulenta e organização criminosa.
No sábado (22), a defesa do banqueiro divulgou uma nota à imprensa negando fraude de R$ 12 bilhões, conforme estimativa da Polícia Federal.
Os advogados de Vorcaro alegam ainda que as carteiras de crédito foram previamente adquiridas pelo Banco Master junto a terceiros, que seriam os responsáveis pela documentação.
Com isso, afirmam que o Banco Master que "podia montar a carteira e fazer a cessão ao BRB, até porque havia uma série de garantias contratuais que protegiam ambas as partes".
Vorcaro foi preso horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master. Pouco mais de um mês antes, o Banco Central havia rejeitado a aquisição pelo BRB.
Em seguida, o BC emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição. Com isso, a negociação de compra foi automaticamente interrompida.