Mistério no Brasil: sobrenome raro revela origem de 29 moradores
Alexandre Pottes Macedo/ Prefeitura da Estância Turística de Holambra
Mistério no Brasil: sobrenome raro revela origem de 29 moradores

Distante cerca de 130 quilômetros de São Paulo, Holambra (SP) é uma cidade que carrega nas ruas, na arquitetura e até nos costumes o legado de seus fundadores holandeses. Conhecida como a capital nacional das flores, ela é resultado direta da imigração vinda dos Países Baixos no pós-guerra.

Agora, um novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que essa herança também aparece nos sobrenomes dos moradores, e revela um caso curioso de exclusividade no país.

Flores de Holambra
Alexandre Pottes Macedo/ Prefeitura da Estância Turística de Holambra
Flores de Holambra


Segundo os dados inéditos do Censo, apenas 29 brasileiros carregam o sobrenome Gunnewiek,  e todos vivem em Holambra, município de pouco mais de 15 mil habitantes.

O nome é tão raro que muitos moradores afirmam já ter cruzado com um “Gunnewiek” em algum momento, reforçando o quanto o sobrenome se tornou um símbolo local.

Pesquisas em sites internacionais de genealogia apontam que Gunnewiek tem origem neerlandesa, com registros históricos concentrados nas províncias de Gelderland e Overijssel, na Holanda.

Loja de autopeças nos Países Baixos com o sobrenome Gunnewiek
Klein Gunnewiek
Loja de autopeças nos Países Baixos com o sobrenome Gunnewiek


Documentos do século 19 indicam famílias com o mesmo nome em pequenas vilas da região, sugerindo que ele tenha surgido a partir de referências geográficas, algo comum nos sobrenomes holandeses.

Holambra, cujo nome une Holanda, América e Brasil, nasceu oficialmente em 1948 com a chegada de cerca de 500 colonos vindos do norte de Brabante, após a Segunda Guerra Mundial.

Família de imigrantes durante chegada em fazenda de Holambra
Acervo Museu Histórico de Holambra
Família de imigrantes durante chegada em fazenda de Holambra


Eles se estabeleceram na antiga Fazenda Ribeirão, no interior de São Paulo, e fundaram uma cooperativa agrícola que seria o embrião da economia local.


A imigração holandesa foi coordenada por organizações rurais dos Países Baixos, que incentivaram famílias a buscar novas oportunidades agrícolas no Brasil. O trabalho coletivo desses imigrantes transformou Holambra na capital nacional das flores, responsável por uma das maiores feiras do setor na América Latina: a Expoflora.

Hoje, a cidade preserva traços marcantes da cultura neerlandesa, da culinária aos costumes religiosos, da arquitetura às tradições familiares. E o sobrenome Gunnewiek, raro no país e concentrado em um único município, é uma lembrança viva dessa história: o elo entre a pequena cidade paulista e as raízes holandesas que floresceram no Brasil.

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