
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas em uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e a Reunião da Cúpula de Líderes, que ocorrerão em Belém (PA) entre os dias 2 e 23 de novembro de 2025.
A medida, publicada na edição desta segunda-feira (3) do Diário Oficial da União, atende a um pedido do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e segue o mesmo modelo adotado em outras operações de GLO, como as realizadas durante a Cúpula do G20 e a reunião dos BRICS, no Rio de Janeiro.
O decreto tem como objetivo reforçar a segurança dos eventos internacionais, que devem reunir mais de 140 delegações estrangeiras e contar com a presença de mais de 50 chefes de Estado e de Governo.
Além da capital paraense, a operação de GLO também contemplará os municípios de Altamira e Tucuruí, com foco na proteção de infraestruturas críticas, como usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, estações de tratamento de água e principais vias de acesso. O propósito é garantir a integridade de instalações e serviços estratégicos durante o período dos encontros.
Segundo o governo federal, as Forças Armadas atuarão em coordenação com órgãos de segurança pública federais e estaduais, de forma integrada, para assegurar a proteção das delegações, autoridades estrangeiras e representantes da sociedade civil. A ação também busca preservar a ordem pública e garantir a normalidade das atividades locais.
De caráter complementar, a operação de GLO reforçará a capacidade operacional das forças policiais locais, contribuindo para o êxito dos eventos internacionais e a segurança das áreas onde ocorrerão a COP30 e a Cúpula de Líderes.
Um evento histórico para o Brasil
A COP30 será um dos maiores encontros internacionais já sediados pelo Brasil. Considerada o principal fórum global sobre mudanças climáticas, a conferência reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir soluções e compromissos no combate à crise climática.
A edição de 2025, em Belém, é vista como um marco simbólico: pela primeira vez, a Amazônia sediará uma conferência climática da ONU, colocando o Brasil no centro das discussões globais sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
O governo federal pretende aproveitar o evento para reafirmar o papel do país como liderança nas negociações climáticas e nas iniciativas de transição energética, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono.
A COP30 também permitirá ao Brasil destacar sua trajetória em fóruns internacionais, como a Eco-92 e a Rio+20, e reforçar o compromisso com o futuro da Amazônia e a sustentabilidade global.