
Mesmo com uma operação especial da Polícia Militar (PM) em andamento, com efetivo concentrado em garagens, terminais e corredores de ônibus, a onda de vandalismo que atinge o transporte público coletivo de São Paulo continua.
De acordo com a SPTrans, mais cinco veículos do sistema municipal foram vandalizados a pedradas entre a noite da quinta-feira (3) e a manhã desta sexta-feira (4), em atos que aconteceram de forma distribuída por todas as regiões da cidade.
No total, ainda segundo a gestora do sistema de transporte público por ônibus na capital paulista, as empresas operadoras relataram que 247 ônibus do sistema municipal foram depredados, desde o 12 de junho.
De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, que investiga os casos, foram formalizados em boletim de ocorrência, até o momento, 180 ataques na capital, sendo 60% ocorrido na zona Sul da capital, com destaque para as avenidas Cupecê, Washington Luís e Vereador João de Luca.
Os números divergem, ainda segundo os policiais, porque nem todos os ataques são formalizados em BO.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que “um caso recente foi registrado na manhã desta sexta-feira (04), na zona oeste da cidade”.
Reafirmou ainda que, desde quinta, a Operação Impacto – Proteção a Coletivos mobiliza cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas em todo o estado com o objetivo de garantir a segurança de passageiros e funcionários do transporte público.
“O setor de inteligência da PM também atua de forma integrada para identificar os autores e a motivação dos ataques, enquanto a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) tem atuado no monitoramento de plataformas digitais, diante da suspeita de que os atos possam estar sendo organizados pela internet” , acrescenta a nota.
Em entrevista coletiva realizada nesta quinta, no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pelas investigações, os policiais afirmaram que os crimes podem estar sendo organizados por grupos de internet e que a motivação possa ser algum desafio online.
O padrão dos ataques e a participação de adolescentes, apontados por testemunhas e por imagens de câmeras de segurança, levaram a polícia a considerar essa hipótese.
Revelaram ainda que, até o momento, não há indícios de envolvimento de organizações criminosas.
As investigações seguem em andamento, assim como a Operação Impacto – Proteção a Coletivos.